"Família Santos". Esse mantra – clichê, é verdade – é quase sempre ouvido se você acompanha o dia a dia do Santos à risca.
O principal encorajador dele é o técnico Cuca. O termo foi utilizado desde o primeiro dia após seu retorno ao Santos, em agosto de 2020. E é fácil de provar. Logo em sua entrevista coletiva de apresentação, o treinador, que assumira um time que havia acabado de ser precocemente eliminado do Campeonato Paulista, já "profetizava" o que estava por vir na sequência do seu trabalho.
– Se venho para um clube gigante como o Santos, que não pode contratar, que vai vender jogadores, que está com problema na folha salarial, o que pode ser bom? O trabalho. Só o trabalho pode salvar toda essa situação e sairmos para quem sabe a busca do título. Por que não? Minha grande vontade é que as coisas aconteçam certinho. Não seria só por mim, mas pela junção: Cuca, diretoria, jogadores, comissão toda... Família Santos. Jogadores vivem juntos, hoje eu cuido da minha família. Deixei a minha em Curitiba para vir pra essa – disse Cuca à época.
De lá para cá, cinco meses se passaram, e o tempo provou que Cuca estava certo. Ele reassumiu em momento de crise interna e financeira e foi um dos principais responsáveis por "arrumar a casa", com importante papel nos bastidores, como na gestão do elenco. Até chamado de "presidente" por Marinho, destaque do time, ele foi.
À frente do Santos, Cuca conseguiu resgatar a confiança e blindou os jogadores dos bastidores turbulentos que vivia o clube. Ano eleitoral, atrasos salariais, jogadores querendo sair do clube... Tudo isso foi obstáculo para o treinador em meio a uma campanha acima da média na Libertadores.
Ao longo do tempo, o mantra implementado por Cuca passou a ser utilizado por grande parte do elenco, principalmente pelo volante e capitão Alison em seus discursos antes das partidas. E, sem dúvida, a união do grupo foi primordial para o Santos superar a desconfiança geral, seja da imprensa ou de torcedores.
Nesta quarta-feira, às 19h15 (de Brasília), o Santos enfrenta o Boca Juniors, na Vila Belmiro, por uma vaga na final do torneio sul-americano. Quem vencer, obviamente, se garante na final. Empate com gols dá a vaga ao Boca. Um novo 0 a 0 leva a decisão para os pênaltis.
Antes da partida decisiva, Cuca projetou o duelo contra o Boca em entrevista ao site oficial do Santos. O técnico foi campeão da Libertadores em 2013, quando dirigia o Atlético-MG, e quer repetir o feito na Vila Belmiro.
– Estamos em uma semifinal e temos gana de chegar à final. Quando você chega, é um momento mágico, uma sensação única, então é difícil falar. Você sente, não consegue expor aquele sentimento, então tomara Deus que a gente possa fazer esses meninos sentirem isso. Que a gente consiga fazer um grande jogo e que nós todos estejamos preparados – declarou Cuca.
O Santos deve entrar em campo contra o Boca com a seguinte escalação: João Paulo; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Diego Pituca e Soteldo; Marinho, Kaio Jorge e Lucas Braga.
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