Hoje embolado em meio a adversários que estão na "zona da confusão", como diz Vanderlei Luxemburgo, o Vasco vivia realidade completamente diferente em setembro, mês dos seus últimos confrontos com o Botafogo, adversário que reencontra no domingo, às 20h30, em São Januário. Estava no G-4 do Brasileiro e vivo em três competições. O "Ramonismo" estava em voga.
No dia 13 de setembro, então dirigido por Ramon Menezes, venceu o Botafogo por 3 a 2 e deixou o Estádio Nilton Santos na quarta colocação. Quatro dias depois, no mesmo local, uma derrota mudaria radicalmente o panorama da equipe na temporada.
Relembre os passos do Vasco desde o clássico de setembro:
Eliminação na Copa do Brasil inicia seca de vitórias
Em jogo de ida pela quarta fase da Copa do Brasil, o Vasco perdeu por 1 a 0 para o Botafogo no Niltão. Tal revés dava início a uma seca de nove partidas. A eliminação foi consumada em 23 de setembro, com um empate sem gols em São Januário.
Vasco passa a jogar muito mal, e Ramon é demitido
Antes da derrota no jogo de ida com o Botafogo pela Copa do Brasil, Ramon vivia lua de mel com a torcida do Vasco. Tinha àquela altura oito vitórias, dois empates e derrotas, com aproveitamento de 72,2%.
A defesa funcionava, e o ataque era extremamente eficaz, aproveitando as poucas chances que criava. Tal momento, apoiado em um futebol seguro, fez a torcida apelidar o estilo de jogo do Vasco de "Ramonismo", alusivo ao treinador.
Some a isso uma classificação na Copa do Brasil contra o Goiás com boa atuação e vitória por 2 a 1 fora de casa depois de ter perdido por 1 a 0 no Rio, antes da pandemia.
A derrota para o Botafogo, porém, iniciou também uma série de péssimas atuações. O Vasco foi sofrível contra Coritiba (0x1), o próprio Alvinegro no jogo de volta (0x0), Bragantino (1x1), Atlético-MG (1x4) e Bahia (0x3).
A derrota para o Tricolor Baiano sem oferecer qualquer resistência fez o Ramonismo chegar ao fim. O Vasco já era o 11º colocado e, com 18 pontos, tinha apenas três a mais do que o Botafogo, que abria a zona de rebaixamento.
Com Sá Pinto, Vasco piora e entra na zona
Para tentar melhorar a situação, o Vasco fez aposta ousada e trouxe o português Ricardo Sá Pinto, que não tinha conseguido muito destaque nem em Portugal. Apesar do discurso motivacional, Sá Pinto não vingou.
Alexandre Grasseli dirigiu o time nos dois jogos anteriores à chegada de Sá Pinto, e o Vasco perdeu para Flamengo e Inter.
O português adotou um esquema com três zagueiros, mas seu time só jogou bem duas vezes, nos 2 a 0 sobre o Sport e no empate por 1 a 1 com o São Paulo. Venceu também apenas o modesto Caracas e o time reserva do Santos, ambos por 1 a 0. Depois de dois meses, escassas três vitórias, seis empates e seis derrotas, o português foi demitido.
Transição presidencial no meio do campeonato
Além das duas trocas de técnico, o Vasco ainda passou a viver uma transição de presidentes a partir do dia 17, quando colegiado de juízes do TJ-RJ invalidou a eleição do dia 7 e, consequentemente, tornou a do dia 14 a única com efeitos legais. Tal decisão fez de Jorge Salgado, vencedor do último pleito, presidente eleito do Vasco.
A decisão de demitir Ricardo Sá Pinto, aliás, foi tomada pelos dois presidentes: Alexandre Campello e Jorge Salgado. Mas, após movimentações jurídicas feitas por Luiz Roberto Leven Siano, vencedor da eleição do dia 7 (presencial), e pelo partido Solidariedade, a posse de Salgado, prevista para segunda quinzena de janeiro, está ameaçada.
Ou seja, a luta contra o rebaixamento, agora responsabilidade de Vanderlei Luxemburgo, se dará em cenário parecido aos duelos entre Vasco x Botafogo de setembro: com a incerteza no campo político influenciando no futebol praticado dentro das quatro linhas.
Luxa terá de lançar mão de sua experiência para devolver um futebol convincente ao Vasco e blindar os jogadores dos problemas relacionados ao processo eleitoral.
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