A marcação de um pênalti costuma ser comemorada. Meio gol, diziam os mais antigos. Mas o Flamengo que não faz um gol de falta há mais de dois anos e meio passou a ver a penalidade máxima no futebol também como um carma desde o retorno durante a pandemia. Os quase 50% de erros têm influência direta no roteiro do segundo semestre de um 2020 que parecia promissor e termina de maneira melancólica.
Reduzir as decepções do Flamengo aos pênaltis perdidos seria injusto. Seria até "passar pano", como dizem nas redes sociais, para um clube que ainda sofre muito desde a saída de Jorge Jesus. Dome entregou pouco, Rogério Ceni não conseguiu fazer muito diferente e jogadores decisivos estão rendendo quase nada. Mas vamos combinar: o aproveitamento de 45% em 18 cobranças é muito ruim.
Pênaltis durante a pandemia
Final da Taça Rio
Brasileirão
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Libertadores
Mais do que isso: os pênaltis desperdiçados foram emblemáticos em decepções rubro-negras nos últimos meses. Se os erros de Willian Arão, Léo Pereira e Rafinha na final da Taça Rio foram amenizados com o título do Carioca, são da marca da cal as imagens das eliminações na Copa do Brasil, na Libertadores e da complicada perseguição ao São Paulo no Brasileirão.
Contra o Tricolor paulista foram inacreditáveis três pênaltis perdidos em dois jogos. Bruno Henrique e Pedro pararam em Tiago Volpi na derrota por 4 a 1, no Maracanã, pela disputa em pontos corridos, enquanto Vitinho chutou nas alturas a já remota chance de reação no Morumbi pelas quartas de final da Copa do Brasil. Na Libertadores, Willian Arão errou cobrança contra o Racing minutos após ser herói com gol de cabeça e decretou a eliminação nas oitavas de final.
No último sábado, a cena se repetiu com Pedro e a infração com dois toques diante do Fortaleza, no Castelão, fez de um pênalti novamente problema para o Flamengo. O empate por 0 a 0 fez com que o São Paulo abrisse sete pontos de vantagem na ponta da tabela com um jogo a mais.
- Foi um resultado ruim, queríamos a vitória. Fizemos de tudo, mas não conseguimos. Tive duas oportunidades. Na primeira, o gramado prejudicou e acabei escorregando, mas sei da responsabilidade. Na segunda, o goleiro fez uma grande defesa. Bati bem, acertei o chute. Temos que aprender com esse erro. Temos muito campeonato ainda, muitos jogos, e vamos fazer de tudo para vencer - disse o centroavante.
Gabigol é a bola de segurança
Diante de tantos erros, Gabigol é quem deixa o torcedor tranquilo quando tem pênalti a favor. O centroavante converteu todas as cinco cobranças durante a pandemia e foi decisivo para que o Flamengo conquistasse cinco pontos no Brasileirão.
Autor de dois gols quase idênticos no 4 a 1 sobre o Santos, o camisa 9 já tinha cumprido seu papel nos minutos finais dos empates por 1 a 1 com Grêmio e Botafogo, ambos no Maracanã. A outra cobrança aconteceu na final da Taça Rio contra o Fluminense.
O Tricolor carioca é o mesmo adversário do primeiro jogo de 2021, dia 6 de janeiro, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, pela 28ª rodada do Brasileirão. Se tiver pênalti, é uma oportunidade de mudar a sorte com a virada do ano. E se serve para tranquilizar, Gabigol volta de suspensão e estará em campo.
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