Termina hoje (31), às 23h59 (horário de Brasília), o prazo para coleta de informações do Censo Escolar 2019. Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o censo é a mais importante pesquisa estatística educacional do país e conta com a participação de todas as escolas públicas e privadas. O preenchimento dos formulários deve ser feito pela internet, diretamente no sistema Educacenso, que pode ser acessado pelo portal do Inep.
A coleta de dados é feita em duas etapas. Na primeira, que se encerra hoje, os gestores informam dados sobre escolas, turmas, alunos e profissionais escolares em sala de aula. A segunda etapa, Situação do Aluno, ocorrerá somente no ano que vem.
Todas as escolas que iniciaram o preenchimento dos dados terão as informações preliminares publicadas no Diário Oficial da União (DOU), inclusive as instituições que não realizarem o fechamento, até o dia 31 de julho.
Importância das informações
O objetivo do censo é fazer um raio-X da educação no país. Com essas informações, governos federal, estaduais e municipais podem criar e aperfeiçoar políticas públicas de educação. A realização do censo cumpre a legislação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A distribuição de recursos para merenda, livros didáticos e transporte escolar, por exemplo, é determinada pelas informações declaradas.
O Censo 2019 servirá também de base para a realização do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), previsto para outubro de 2019. O objetivo do Saeb é avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência do ensino praticado no país, e é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Agência Brasil
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As escolas da rede federal de ensino são as que apresentam as melhores condições de infraestrutura do país, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (31) pela Unesco, a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A publicação, coordenada pelas professoras Maria Teresa Gonzaga e Flavia Pereira Xavier, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), usou dados oficiais do governo federal para elaborar indicadores de infraestrutura para as escolas brasileiras.
Com o auxílio de pesquisadores de doutorado, mestrado e graduação da UFMG, as professoras cruzaram informações dos microdados do Censo Escolar com os do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ambos divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A publicação inclui dados referentes a 2013, 2015 e 2017 – apesar de o Censo Escolar ser divulgado anualmente, o Saeb só é realizado a cada dois anos.
Pelo indicador de "infraestrutura geral" mais recente, equivalente a 2017, a rede federal ficou com 8,2 pontos na escala de 0 a 10, seguida pela rede privada (6,7), as redes estaduais (6,5) e as redes municipais (5,2).
Além da escala de 0 a 10, esse indicador também é dividido em sete níveis diferentes de infraestrutura – o nível aumenta conforme a escola se aproxima das condições adequadas.
Veja o resumo das condições de cada nível:
Segundo os dados do estudo, entre 2013 e 2017 o número de escolas nos níveis mais altos do indicador têm aumentando gradativamente, mas, das 131.604 escolas avaliadas em 2017, apenas 2,7% delas já atingiram o nível 7, e 3,3%, ou mais de 4.300 instituições, ainda se encontram no nível 1 da escala acima.
No entanto, mais da metade das escolas brasileiras foram localizadas nos níveis 4 e 5 da escala.
De acordo com a publicação, uma escola "típica" do nível 1, considerando todos os dados, é uma escola municipal com até 50 alunos que dá aulas apenas no ensino fundamental (ou fundamental e infantil), e está localizada em uma zona rural da Região Norte, além de ter índice socioeconômico (Inse) muito baixo.
Apesar de serem escolas pequenas e geralmente localizadas nas periferias ou zonas rurais do Brasil, as escolas municipais que oferecem apenas o ensino fundamental são as que sofrem os maiores desafios tanto de adequação aos parâmetros de qualidade estruturais quanto às expectativas de aprendizagem.
A professora Maria Teresa Gonzaga, uma das pesquisadoras que coordenou o estudo, explicou ao G1 que são vários os motivos por trás desses resultados, como o fato de serem milhares de redes diferentes e heterogêneas, e de os municípios serem os que menos têm recursos financeiros para investir em obras.
Mas ela citou questões subjetivas que também precisam ser levadas em conta.
"Às vezes o prédio da escola não é totalmente adequado, falta espaço para colocar uma quadra, por exemplo. Mas às vezes a comunidade não abre mão da escola naquela localização, e a solução que o sistema tem que pensar é buscar apoio da própria comunidade sobre qual é a melhor solução", afirmou Maria Teresa Gonzaga, da UFMG. "Fechar uma escola e criar outra mais distante é outro problema."
Ela ressaltou, ainda, que há escolas pequenas nas zonas rurais de regiões remotas do Brasil, como as escolas indígenas, que não são adequadas para avaliar apenas em estudos de larga escala como o publicado nesta quarta.
"São escolas que atendem a públicos diferenciados. São importantes, mas não dá para ser um estudo de larga escala, precisam de avaliação in loco."
Finalmente, a professora aponta que, quando o quesito é garantir a acessibilidade e oferecer atendimento educacional especializado para estudantes com algum tipo de deficiência, as redes estaduais e municipais ultrapassam a rede federal e as escolas particulares. "Em geral são escolas pequenas, de ensino fundamental dos anos iniciais, e a acessibilidade está sendo mais atendida nesses espaços. Temos que valorizar esses pequenos ganhos", disse ela.
Como foi feita a pesquisa
A professora da UFMG explica que o objetivo primeiro da publicação foi desenvolver uma definição para infraestrutura. "Vimos que não tem uma definição, ela é multidimensional", explicou Maria Teresa. A partir dessa visão, as pesquisadoras elaboraram uma lista de cinco dimensões da infraestrutura escolar:
Em seguida, foram criados 11 indicadores múltiplos, que englobam 23 variáveis diferentes para avaliar as condições das escolas, além de um indicador de "infraestrutura geral" que sintetiza os demais, com o peso relativo dos itens avaliados.
Indicadores de qualidade da infraestrutura das escolas:
Cruzamento dos dados
A ideia também foi levar em consideração fatores presentes nas recomendações do Plano Nacional de Educação (PNE), incluindo o aumento do financiamento para a educação, e a inclusão de estudantes com deficiência e necessidades especiais no ensino regular, e em metas da Agenda 2030, da próprio Unesco.
Por isso o levantamento cruzou informações de duas bases de dados diferentes: no Censo Escolar, foram obtidos os detalhes mais objetivos sobre as condições das escolas.
Já no questionário do Saeb respondido por professores e diretores das escolas, a pesquisa levantou informações sobre a percepção dos docentes a respeito, por exemplo, da segurança nas escolas.
Essas medidas, consideradas "mais finas" pela professora, porém, não estão presentes para todas as escolas – o Saeb 2017, por exemplo, tem esses dados para 57.197 escolas, já que escolas com menos de 20 alunos matriculados no quinto ou nono ano do fundamental, e terceiro do ensino médio, não participam da Prova Brasil.
Além disso, a professora explica que ainda não é possível avaliar parte das dimensões pretendidas, porque o Brasil não dispõe de dados suficientes. "A própria Unesco tem estudos que mostram que meninas deixam de frequentar escola porque não têm banheiro separado para elas", exemplificou Maria Teresa, da UFMG.
Infraestrutura e aprendizagem
Os dados da publicação da Unesco corroboram uma associação conhecida entre os especialistas em educação: escolas com infraestrutura de qualidade tendem a ter educação de qualidade.
Porém, a professora Maria Teresa alerta que não é possível dizer que há causalidade nos dois fatores. Ou seja, não se pode dizer que a condição física seja a causa do aprendizado.
Mesmo assim, ela diz que são informações que estão "associadas", e o estudo mostra que as escolas com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais alto também são as escolas com condições melhores de infraestrutura.
Separando o Ideb das escolas de acordo com cinco níveis, a publicação indica que o indicador de "infraestrutura geral" de cada grupo está relacionado com o indicador da educação básica desenvolvido pelo Inep.
G1
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O secretário-chefe de Gabinete da Prefeitura de João Pessoa, Lucélio Cartaxo, recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado, conforme informado pelo irmão gêmeo dele e prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, nesta terça-feira (31). Lucélio sofreu um acidente de quadriciclo no dia 6 deste mês, juntamente com o filho, que já recebeu alta.
Por meio de uma publicação em uma rede social, o prefeito agradeceu o apoio da família, dos amigos, profissionais e a Deus. “Agradeço aos médicos e a todos os profissionais da área de saúde de João Pessoa e São Paulo que, desde o primeiro momento, cuidaram com zelo, dedicação e competência da saúde de Lucélio”, escreveu nos stories do Instagram.
Lucélio foi transferido para o hospital em São Paulo no dia 15 deste mês, para passar por novos exames e para que o tratamento clínico de reposição de sódio fosse concluído, de acordo com o que foi informado, à época, pela assessoria de imprensa da unidade de saúde particular onde ele estava em João Pessoa.
No dia do acidente, o secretário-chefe foi levado para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. O diretor da unidade afirmou que ele havia sofrido um traumatismo cranioencefálico moderado, o que indicava que houve uma lesão no cérebro, mas não foi preciso fazer cirurgia. Também foi informado que Lucélio Cartaxo sofreu uma lesão na lombar e fraturas em algumas partes da coluna.
Uma dia depois do acidente, Lucélio foi transferido para a UTI de um hospital particular em João Pessoa. Ele chegou a sair da unidade intensiva e ir para um apartamento no local, mas voltou para a UTI depois que exames de sangue mostraram uma queda na taxa de sódio. Depois disso, o secretário-chefe foi transferido para a unidade de saúde de São Paulo, onde também foi levado para a UTI, mas saiu do local no dia 21 deste mês.
Além de chefe de gabinete, Lucélio é irmão gêmeo do prefeito Luciano Cartaxo. Ele foi candidato ao governo do estado em 2018, pelo PV.
G1 PB
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A Alemanha não vai participar de uma missão naval liderada pelos Estados Unidos para proteger o Estreito de Ormuz, perto do Irã, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Heiko Maas, nesta quarta-feira (31).
Reiterando que a Alemanha quer evitar uma nova escalada de tensões na região, Maas disse a repórteres, durante uma viagem a Varsóvia, que não havia solução militar.
"A Alemanha não participará da missão marítima apresentada e planejada pelos Estados Unidos", disse Maas.
Os Estados Unidos haviam pedido, na terça-feira (30) participação da Alemanha, França e Grã-Bretanha em um comboio de proteção às embarcações com destino à região do Estreito de Ormuz.
Em 19 de julho, o Irã reteve um petroleiro sueco com uma bandeira britânica que estava na área.
Anteriormente, as forças navais britânicas apreenderam um petroleiro iraniano em Gibraltar.
As tensões no Golfo também aumentaram, devido a ataques misteriosos contra outros petroleiros.
Reuters
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Vários países europeus e a Igreja chegaram nesta quarta-feira (31) a um acordo para o desembarque e a distribuição dos 131 migrantes que se encontram a bordo do navio italiano Gregoretti, aos quais Roma havia negado o desembarque.
França, Alemanha, Portugal, Luxemburgo e Irlanda, bem como a Igreja Católica italiana, receberão esses migrantes bloqueados por dias em um navio da guarda costeira italiana, o Gregoretti, em um porto no sul do país, disse o porta-voz da Comissão Europeia.
A Comissão não especificou a distribuição final dos migrantes, mas mais da metade deve permanecer na Itália a cargo da Igreja.
Com este anúncio, se concretiza o acordo divulgado na semana passada para implementar um "mecanismo de solidariedade" entre 14 países da União Europeia (UE), e que passa pelo desembarque inicial de migrantes na Itália e sua posterior distribuição entre os Estados que assinaram disse compromisso.
O ministro do Interior italiano Matteo Salvini, de extrema direita, já havia permitido na segunda-feira o desembarque dos menores a bordo do navio, mas condicionou a saída do resto das pessoas a um acordo de redistribuição entre os países da UE.
A Guarda Costeira italiana ajudou os 140 migrantes provenientes da Líbia na última quinta-feira (25), o mesmo dia em que outros 110 perderam suas vidas ou desapareceram em um naufrágio na costa líbia.
Após o resgate, eles foram transferidos para o Gregoretti, um navio da marinha italiana.
RFI
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A primeira-dama do Uruguai, María Auxiliadora Delgado, mulher do presidente Tabaré Vazquez, faleceu na madrugada desta quarta-feira (31). Ela sofreu um infarto cardíaco. Ela tinha 82 anos.
Os dois se conheceram em um evento em um colégio e se casaram em 1965, de acordo com o jornal uruguaio “El País”. Delgado teve quatro filhos.
Tabaré Vazquez foi eleito presidente duas vezes. Ele assumiu pela primeira vez em 2005. Delgado não deu entrevistas em nenhuma das gestões, e representou o marido uma única vez, no funeral do papa João Paulo II, em 2005.
O presidente Jair Bolsonaro expressou suas condolências. Ele manifestou seu sentimento de pesar ao líder do país vizinho.
G1
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A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) enviou um terceiro carregamento para a Venezuela com 34 toneladas de ajuda humanitária doadas pela Itália, informou a organização em um comunicado à imprensa nesta quarta-feira (31).
O carregamento, o primeiro que chega da Europa, inclui medicamentos essenciais, como antibióticos e anti-inflamatórios, produtos descartáveis e equipamentos médicos, como desfibriladores, segundo a organização.
A nova carga se soma às já enviadas em abril e junho e foi coordenada pela Cruz Vermelha Italiana "com o apoio do Ministério italiano das Relações Exteriores e doadores privados", acrescenta o texto. Os envios "visam a fornecer uma gama de serviços de saúde para 650 mil pessoas na Venezuela por 12 meses".
"Sabemos que essa remessa não atenderá a todas as necessidades do país: pedimos a todos os parceiros e doadores que apoiem nosso chamado para aliviar o sofrimento dos venezuelanos", disse o presidente da FICV e da Cruz Vermelha Italiana, Francesco Rocca, citado no comunicado.
Venezuela já recusou ajuda humanitária
Em fevereiro, houve um incidente com um carregamento de ajuda humanitária à Venezuela. Então, uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos enviou comida e remédios às fronteiras venezuelanas com Brasil e Colômbia. O regime chavista, porém, bloqueou a entrada dos caminhões e acusou o governo norte-americano de preparar um golpe para derrubar Maduro do poder.
Em 23 de fevereiro – dia marcado para a entrada da ajuda humanitária –, confrontos nas cidades fronteiriças com a Colômbia e o Brasil deixaram mortos e dezenas de feridos.
France Presse
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A indústria registrou uma queda de 1,14% nos preços de junho deste ano, em relação a maio. O acumulado do ano está em 2,76%.
Nos últimos 12 meses, a variação dos preços em geral ficou em 3,75%. Os números do Índice de Preços ao Produtor (IPP) foram divulgados hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As principais quedas foram registradas no refino de petróleo e produtos de álcool (-7,24%), papel e celulose (-4,65%) calçados e artigos de couro (-3,56%) e fumo (-2,91%).
A indústria de alimentos registrou uma queda nos preços de 0,88%, na primeira queda após três altas consecutivas.
Com o resultado, o acumulado recuou de 2,09% para 1,20% (em junho de 2018, era de 8,93%). Na comparação com igual mês do ano anterior, a variação foi de 0,56%, menor resultado neste tipo de comparação desde maio de 2018 (2,12%).
Agência Brasil
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O dólar opera em queda nesta quarta-feira (31), de olho nas decisões sobre os juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e Banco Central do Brasil, e com os mercados ainda de olho nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Às 14h54, a moeda norte-americana caía 1,03%, vendida a R$ 3,7517.
No dia anterior, o dólar subiu 0,21%, a R$ 3,7908.
Tanto o Fed, nos Estados Unidos, quanto o Copom, no Brasil, anunciarão as decisões sobre a taxa de juros nesta quarta.
As expectativas já estão consolidadas em direção a um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Fed, o que leva agentes financeiros a concentrarem as atenções principalmente em possíveis sinalizações do banco sobre a trajetória futura da política monetária.
O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investidores. Isso motivaria uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real. Mas se, ao contrário, o Fed decidir não aumentar os juros agora, recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, tendem a não migrar para aos Estados Unidos, o que afastaria essa pressão de alta do dólar em relação a outras moedas.
No caso do Copom, as apostas estão ainda mais consolidadas em torno da redução de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic, atualmente em 6,50% ao ano, para uma nova mínima histórica.
Da mesma maneira, o mercado se atentará a pistas que o BC dará sobre decisões futuras, visto que a pesquisa Focus vem indicando que o mercado espera a Selic em 5,50% ao fim de 2019.
G1
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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12% no trimestre encerrado em junho, atingindo 12,8 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É a terceira queda na comparação com o mês anterior, e representa recuo também em relação ao primeiro trimestre do ano, quando ficou em 12,7%, e em relação ao mesmo período de 2018, quando a taxa foi de 12,4%.
Segundo o IBGE, o número total de desempregados (12,8 milhões) representa uma queda de 4,6% em relação ao primeiro trimestre do ano. Na comparação com o mês anterior, quando o número total de desempregados atingiu 12,984 milhões, também houve queda.
População ocupada cresce
A população ocupada cresceu, e atingiu 93,3 milhões de pessoas – alta de 1,6% frente ao trimestre anterior, e de 2,6% ante o mesmo período de 2018.
De acordo com o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, a indústria foi a principal responsável pelo aumento na ocupação. Na comparação com março, aumentou em 2,7% o número de trabalhadores neste segmento. Em relação a junho do ano passado, a alta foi de 1%.
“Parte expressiva da carteira de trabalho assinada está na indústria, que é um dos setores mais organizados e com maior nível de formalização”, destacou o pesquisador.
O gerente da pesquisa chamou de “inédito” o aumento de 2,6% da população ocupada na comparação com o primeiro trimestre.
“É um movimento bastante expressivo. Para se ter ideia, o crescimento da população foi de apenas 1%. Este é um movimento inédito e mostra que o mercado de trabalho está com força na geração de postos de trabalho”, disse.
Carteira assinada tem primeira alta expressiva em cinco anos
Azeredo destacou, também, o aumento da carteira de trabalho assinada. “Essa foi a primeira vez nos últimos cinco anos que ela subiu de forma expressiva na comparação trimestral”.
“Esse crescimento não se deu de forma espalhada pelo país, mas concentrado principalmente em São Paulo e, também, em Minas Gerais”, adiantou. Os dados regionalizados do mercado de trabalho serão divulgados pelo IBGE no dia 15 de agosto.
Azeredo ressaltou ser positivo que São Paulo se destaque na geração de empregos. “São Paulo funciona como efeito farol, indicando o que a gente vai ver lá na frente”.
Questionado se os dados apontam para uma virada na crise do mercado de trabalho brasileiro, Azeredo se mostrou cauteloso, mas otimista.
“Eu acredito que a gente deu um primeiro passo importante [para a recuperação]. Depois de 5 anos, a carteira de trabalho volta a subir e eu destaco que ela, principalmente para a população de baixa renda, vira um passaporte para crédito, um documento de cidadania”, enfatizou.
Ao ser perguntado o que falta para o mercado de trabalho efetivamente apresentar uma virada, com caminho consistente de recuperação, Azeredo afirmou que não basta o crescimento da população ocupada, mas a melhoria dos postos de trabalho em si
“Você tem ainda um contingente bastante expressivo de população subutilizada. São 28 milhões de pessoas, ou seja, um quarto da população da força de trabalho no Brasil está subutilizada. falar em virada com a subutilização nesse patamar de recorde é minimizar o problema que a gente tem no Brasil hoje”, enfatizou.
Falta trabalho para 28,4 milhões
O Brasil encerrou o semestre com uma taxa de subutilização da força de trabalho em 24,8%. Isso significa que falta trabalho para 28,4 milhões de brasileiros – um leve recuo frente à taxa de 25% registrada no trimestre encerrado em maio. Na comparação com junho do ano passado, no entanto, essa população aumentou em 3,4%, o que corresponde a 923 mil trabalhadores subutilizados a mais.
São considerados subutilizados os trabalhadores que estão desempregados, os que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais, os que não estão desempregados, mas não poderiam aceitar uma vaga no mercado, e aqueles que desistiram de procurar por emprego, chamados de desalentados.
População subocupada é recorde
A população subocupada, no entanto, bateu recorde, segundo o IBGE: 7,4 milhões de pessoas trabalhavam menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais. Em janeiro, eram 6,8 milhões nessa situação.
Crescimento de trabalhadores domésticos
O número de trabalhadores domésticos cresceu em 146 mil do primeiro para o segundo trimestre, alcançando 6,254 milhões de pessoas – 1,779 milhão delas sem carteira assinada. Segundo Azeredo, esse aumento está relacionado a um efeito sazonal, já que comparado com um trimestre de férias, quando tende haver menor demanda pelos serviços domésticos.
"Você tem que considerar que a desocupação ainda é muito grande e que o trabalho doméstico é a saída para muita gente, sobretudo para as mulheres. Além disso, observamos aumento de trabalhadores no mercado, inclusive com carteira assinada, o que pode ter aumentado a demanda por estes serviços"
8,3 milhões poderiam trabalhar, mas não trabalham
Segundo o IBGE, 8,3 milhões de pessoas poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial): o grupo inclui 4,9 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego; em janeiro eram 4,7 milhões) e outras 3,4 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como os que deixam o emprego para cuidar os filhos.
Os dados mostram que o percentual de pessoas desalentadas em relação à força de trabalho ficou em 4,4% – repetindo o recorde da série histórica. Com isso, são 4,9 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego.
Trabalho por conta própria também é recorde
Os dados mostram que o trabalho por conta própria também bateu o recorde da série histórica do IBGE, iniciada em 2012: no trimestre encerrado em junho, 24,1 milhões de pessoas estavam nessa situação.
O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada, excluídos os trabalhadores domésticos, cresceu 0,9% na comparação com o trimestre encerrado em março e 1,4% em relação a junho do ano passado – respectivamente, 294 mil e 450 mil.
Porém, o número de trabalhadores sem carteira assinada, também excluídos os domésticos, subiu mais e chegou a 11,5 milhões – a alta foi de 3,4% em relação a março e de 5,2% na comparação com junho de 2018, o que corresponde a um contingente, respectivamente, de 376 mil e 565 mil pessoas.
Rendimento médio em queda
De acordo com a pesquisa, o rendimento médio real caiu 1,3% na comparação com o trimestre anterior, chegando a R$ 2.290 em junho – em janeiro, ele era de R$ 2.321. Segundo o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, essa queda se deve, sobretudo, ao aumento da informalidade, cuja remuneração tende a ser mais baixa.
“Isso não significa que o salário caiu, mas que tem mais gente ganhando menos. Você tem agora um movimento de crescimento do trabalho informal, o que puxa para baixo o rendimento médio. Em momentos de crise, quando há por exemplo dispensa muito grande dos canteiros de obra, você tem a falsa de impressão de que a renda aumentou, mas é porque se tirou do mercado aqueles trabalhadores com salários mais baixos”, explicou o pesquisador.
Azeredo ressaltou que isso é comprovado quando se analisa a massa de rendimento real (o total de rendimentos pagos no país), que chegou a R$ 208,4 bilhões em junho, o que corresponde a uma estabilidade em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com junho do ano passado, houve alta de 2,4%, o que representa um acréscimo de R$ 4,8 bilhões.
G1
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