Novembro 28, 2024
Arimatea

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Os chefes dos Três Poderes firmaram nesta quarta-feira (21) um pacto para adotar medidas que incentivem a transição ecológica no país.

O documento foi assinado em cerimônia no Palácio do Planalto pelos representantes do Executivo, Judiciário e Legislativo:

  • Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República;
  • Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF);
  • Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso;
  • Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.

A cerimônia com os presidentes ocorreu no dia seguinte ao acordo entre os poderes para estabelecer critérios de transparência às emendas parlamentares — tema que motiva desde 2019 atritos entre Planalto, Congresso e STF.

Convergência dos Três Poderes
Em discurso no lançamento do pacto, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou que a iniciativa dos Três Poderes reflete a necessidade de cooperação para uma nova forma de pensar e executar políticas de desenvolvimento.

De acordo com ela, ao redefinir bases econômicas, culturais e ecológicas, o Brasil está alinhando o progresso social e o bem-estar para toda a sociedade.

Já o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o Brasil tem condições de liderar o processo de transição ecológica e citou ações que serão adotadas pelo Judiciário com a adoção do pacto.

"Vamos priorizar ações ambientais, fundiárias e desenvolver grande programa de descarbonização do Judiciário", pontuou Barroso.

O ministro afirmou também que é preciso "superar o negacionismo", porque "ainda tem muita gente que não acredita" no "problema real" que afeta a humanidade.

Ele citou inundações no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia e queimadas no Pantanal como exemplos de que as mudanças climáticas já impactam o país.

"Este não é um problema teórico e para as futuras gerações. É um problema que nos afeta aqui e agora", declarou o ministro.

Lira, por sua vez, destacou que, ao longo deste biênio, a Câmara vem dando prioridade às matérias da chamada "pauta verde".

Nesse contexto, ele destacou, entre outras propostas, a emenda constitucional sobre o aumento da competitividade dos biocombustíveis e o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Programa Mover).

"Esta agenda fortalece o Brasil também para liderar os debates internacionais, em cujo contexto devemos continuar a lutar contra o protecionismo comercial disfarçado e a imposição de metas desequilibradas para países em desenvolvimento", afirmou Lira.

"Defender o meio ambiente dentro dessa visão do desenvolvimento sustentável é buscar que o nosso país influencie as novas tendências da produção e comércio globais", prosseguiu o presidente da Câmara.

O presidente do Senado reforçou esse entendimento. Falou sobre a importância do consenso e mencionou que o equilíbrio democrático passa por "atuação harmônica e colaborativa" entre os poderes.

Rodrigo Pacheco lembrou que o Brasil é um ator tradicional nas discussões ambientais e climáticas no mundo.

"Considero que nos compete a formulação de uma cultura institucional que sirva de modelo aos demais países", disse Pacheco.

Lula declarou que o pacto é um "testemunho da força e da maturidade" da democracia brasileira, que busca uma política de Estado "perene e inclusiva".

"O pacto simboliza a determinação de cada um de nós no enfrentamento dos maiores desafios do nosso tempo com a profundidade que a crise climática exige", afirmou.

Lula também citou as chuvas no Rio Grande do Sul e a seca na Amazônia como "alertas" da natureza para que sejam adotadas ações de preservação ambiental e transição energética.

O presidente afirmou ainda que o Brasil está preparado para assumir o "protagonismo global" na área e lembrou que no próximo ano o país sediará, em Belém (PA), a edição da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, a COP 30.

Lula agradeceu Barroso, Pacheco e Lira pelo pacto e frisou a importância da conciliação.

Lula também afirmou que a pauta climática não pode ser considerada "custo", porque incentiva a preservação ambiental e "gera oportunidade de emprego e renda".

Segundo Lula, o desejo do governo é que as as decisões tomadas no país "reverberem em todo o território e também no exterior".

"Este é um país que voltou a ter projeto de nação e plano de futuro", afirmou Lula. "O Brasil voltou à normalidade civilizatória", completou o presidente.

Agenda ambiental
Segundo o governo, o pacto marca a primeira vez que os Três Poderes acertam que trabalharão juntos para implementar uma agenda ambiental e climática.

E, dessa forma, fortalecer estruturas para lidar com catástrofes climáticas.

O documento definiu objetivos para atuação conjunta:

  • sustentabilidade ecológica;
  • desenvolvimento econômico sustentável;
  • justiça social, ambiental e climática;
  • considerações dos direitos das crianças e gerações futuras;
  • resiliência a eventos climáticos extremos.

O pacto prevê a criação de um comitê gestor conjunto para monitorar o avanço das medidas, entre as quais, a adoção de licitações consideradas sustentáveis, redução de demanda por recursos naturais, uso eficiente da energia e destinação adequada de resíduos.

Os Três Poderes também pretendem integrar bancos de dados imobiliários, ambientais, cadastrais e fiscais para garantir segurança jurídica sobre a titularidade de terras públicas e privadas.

Conforme o acordo, o Congresso priorizará projetos de lei como a aprovação do marco legal do mercado de carbono, da produção de energia eólica no mar e dos biocombustíveis.

Os poderes também buscam regulamentar e ter controle efetivo da cadeia do ouro a fim de promover o rastreamento do produto e coibir o garimpo ilegal.

O Judiciário se comprometeu a agilizar demandas judiciais que tratam de temas ambientais, fundiários e climáticos. Metas e protocolos serão definidos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O governo federal assumiu o compromisso de ampliar o financiamento e reduzir o custo do crédito para projetos sustentáveis.

g1
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Mais do que uma oportunidade, se tornar microempreendedor individual (MEI) foi uma questão de necessidade para mais da metade das pessoas que tinham empregos formais e viraram MEI em 2022. A constatação faz parte de um levantamento divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo foi feito com dados de até 2022, quando o Brasil tinha 14,6 milhões de MEIs, sendo que 2,6 milhões aderiram à modalidade jurídica no último ano do levantamento. Desses, o IBGE só tinha informações sobre experiências profissionais prévias de 2,1 milhões.

Os dados permitiram ao IBGE identificar que 1,7 milhão de MEIs tinham sido desligados das empresas, seja involuntariamente, por vontade própria ou término de contrato de trabalho temporário.

Ao analisar especificamente os trabalhadores que foram desligados por vontade do empregador ou justa causa, isto é, demitidos, o IBGE chegou ao quantitativo de 1 milhão de pessoas. Esse contingente representa 60,7% do total de desligados que viraram MEI em 2022.

Para o analista da pesquisa Thiego Gonçalves Ferreira o dado aponta que o microempreendedorismo individual muitas vezes é uma questão de necessidade. Ele parte da premissa que o empreendedorismo por oportunidade ocorre quando a pessoa planeja bem a decisão antes de montar o próprio negócio.

“A gente identifica que a maioria dos MEIs representariam a espécie de empreendedor por necessidade, uma vez que a causa do desligamento [do emprego anterior] não partiu dele, foi involuntário”, explica.

MEI
Microempreendedor Individual é a forma que o trabalhador pode se formalizar por conta própria, pagando imposto de forma simplificada e tendo acesso a direitos previdenciários, como aposentadoria por idade, por invalidez, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte para família.

Para ter acesso ao MEI, o trabalhador deve preencher uma série de requisitos, entre eles: exercer atividades que estejam na lista de ocupações permitidas; contratar, no máximo, um empregado que receba o piso da categoria ou um salário mínimo; não ser sócio de outra empresa; e ter faturamento anual de até R$ 81 mil (há exceções para o faturamento, a depender da atividade).

O levantamento do IBGE cruza dados de fontes como Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), Simples Nacional (Simei), Cadastro Central de Empresas (Cempre) e Relação Anual de Informações Sociais (Rais). A Rais é uma das fontes de dados sobre vínculo de trabalho prévio dos MEIs como, por exemplo, o motivo do desligamento.

Experiência prévia
Ao observar dados de 2,1 milhão de trabalhadores que eram empregados de outras empresas e viraram microempreendedor individual em 2022, percebe-se que alguns segmentos de atuação por conta própria têm grande ligação com a ocupação anterior da pessoa.

O maior destaque nessa correlação é o segmento de construção. Três em cada quatro MEIs (76,4%) desse segmento atuavam anteriormente como pedreiros. Já no segmento de transporte, armazenagem e correio, 61,6% trabalhavam como caminhoneiros antes de virarem MEI. No segmento de alojamento e alimentação, 40,9% eram cozinheiros.

“Essa experiência prévia pode determinar o sucesso do empreendedor”, avalia o analista do IBGE.

Apesar de a série histórica do IBGE começar em 2020, a pesquisa consegue identificar que 80% dos MEIs estabelecidos em 2019 apresentaram taxa de sobrevivência após três anos, ou seja, continuaram existindo.

Radiografia dos MEIs
Os 14,6 milhões de microempreendedores individuais encontrados pelo IBGE em 2022 representam alta de 11,4% na comparação com 2021 (13,2 milhões) e 18,8% do total de ocupados por empresas no país.

Pouco mais da metade (51,5%) dos MEIs atuam no setor de serviços. Em termos de participação, de todos os trabalhadores da área de serviço, 17,3% são MEIs.

O setor com maior parcela de MEIs é a construção. Quase um terço (31,4%) dos trabalhadores nessa atividade são microempreendedores.

Com cerca de 4 milhões de MEIs, São Paulo é a unidade da federação com mais microempreendedores, representando 27% do total do país.

De 2020 a 2022, 7 milhões de trabalhadores aderiram ao MEI, isto significa dizer que praticamente metade (48,6%) dos MEIs existente no Brasil surgiram nesse período de três anos.

O levantamento aponta ainda que menos de 1% (0,9%) dos MEIs empregam outra pessoa. O IBGE constatou ainda que 38% dos MEIs funcionam no mesmo endereço de residência do trabalhador.

Do total de MEIs em 2022, 28,4% deles (4,1 milhões) eram inscritos no Cadastro Único (CadÚnico, listagem do governo que identifica famílias de baixa renda). Desses no CadÚnico, metade (49,8%) era beneficiária do Auxílio Brasil (em 2023, o programa assistencial do governo federal voltou a se chamar Bolsa Família).

Estatísticas experimentais
O IBGE classifica o estudo Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais 2022 como experimental, por ser uma pesquisa nova, com série histórica iniciada em 2020.

“Isso faz com que a gente tenha cautela na hora de interpretar os resultados”, pondera Thiego Ferreira.

Agência Brasil
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O Ministério da Fazenda recebeu 113 pedidos de autorização de 108 empresas de apostas que desejam operar no Brasil a partir de janeiro de 2025, quando começam a valer as regras da chamada lei das bets.

A autorização do governo para que essas empresas operem no país deve sair até 31 de dezembro de 2024. As casas de apostas ainda podem pedir liberação, mas, a partir de agora, a resposta pode levar até cinco meses (150 dias).

Cada site de apostas autorizado deverá pagar R$ 30 milhões para explorar até três marcas durante cinco anos.

A partir de 1º de janeiro de 2025, os sites de apostas que operarem no Brasil sem autorização ficarão sujeitos às penalidades previstas em lei, que prevê multas de até R$ 2 bilhões por infração.

Os pedidos serão analisados pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda, que levará em conta se as empresas atendem às exigências previstas em lei e em outras normas publicadas pela pasta.

Segundo a secretaria, se todas as empresas atenderem às regras estabelecidas em regulamentação, "o Ministério da Fazenda poderá arrecadar até R$ 3,4 bilhões, ainda neste ano, somente com o pagamento das outorgas".

De acordo com portaria publicada em maio pela SPA, os sites de apostas devem comprovar que têm "habilitação jurídica, regularidade fiscal e trabalhista, idoneidade, qualificação econômico-financeira e qualificação técnica".

Estas são algumas das exigências que passarão a valer em 2025 para sites de apostas que desejam operar no Brasil:

  • Autorização prévia da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda;
  • Operar apenas em sites com o domínio ".bet.br", que indicará ambientes legais e regulados;
  • Sede no Brasil e ser constituída como sociedade empresária limitada (LTDA) ou sociedade anônima (S/A);
  • Não ser pessoa jurídica que opere como filial, sucursal, agência ou representação no Brasil de pessoa jurídica com sede no exterior;
  • Um brasileiro como sócio detentor de ao menos 20% do capital social da empresa.

g1
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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (21) que empresas gaúchas estão tendo dificuldade para acessar recursos dos programas criados pelo governo federal para recuperar o estado depois das fortes chuvas do primeiro semestre.

O tucano deu a declaração depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto, em Brasília.

Leite citou como exemplo o programa instituído para preservar empregos em empresas que foram atingidas pelos temporais de maio deste ano. Para o governador, a iniciativa tem regras "engessadas" e precisa ser ajustada.

"Tem um descompasso entre o apoio que é anunciado e apoio que se está efetivando lá na ponta. É isso que a gente demanda. Eu não faço a crítica para que seja o governo fustigado. Eu faço a crítica para que ajustem, melhorem e aprimorem. E entreguem, portanto, à população o que eles mesmos propuseram", declarou o tucano.

O governador avaliou que o programa de preservação de empregos precisa passar por uma remodelação de forma a se aproximar do que foi feito durante a pandemia da Covid-19, quando, na gestão Jair Bolsonaro, o governo federal flexibilizou regras trabalhistas, com redução de jornadas e salários, para evitar demissões.

"Se fosse integralmente a replicação do [programa] da pandemia, estaria atendendo a todas as possibilidades para o estado. É isso que a gente está advogando", disse

Segundo Leite, o programa de manutenção de emprego anunciado por Lula para o estado prevê R$ 1,2 bilhão, porém as empresas apenas conseguiram acessar cerca de R$ 170 milhões em razão das regras.

O governador também declarou que empresas têm dificuldades para conseguir empréstimos com juros subsidiados. A mesma situação ocorre para renegociação de dívidas do agronegócio.

Troca de farpas com Lula
Leite afirmou que continuam as divergências com o governo federal, mas que a conversa com Lula foi "boa", que tomou notas dos relatos apresentados nesta quarta-feira.

"Eu faço um agradecimento, mas eu não deixo de demandar, não deixo de reclamar, não deixo de criticar se for o caso. Entendo que é o meu papel como governador fazer isso, diante de um estado que enfrentou grave calamidade, precisa de todo o apoio, teve apoio está tendo o apoio", afirmou o governador.

Leite disse que as divergências entre ele e Lula fazem parte da política, mas que, da parte dele, são críticas "sempre na bola", "nunca na canela".

Na sexta passada (16), em visita ao Rio Grande do Sul, Lula concedeu entrevista à Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, e reclamou das críticas de Leite, que já disse ter "cansado de esperar" os anúncios do governo federal para o estado.

"Eu às vezes fico incomodado, porque o governador ele nunca está contente com as coisas. O governador deveria um dia me agradecer: 'Lula, obrigado pelo tratamento que você está dando ao Rio Grande do Sul, porque o Rio Grande do Sul nunca foi tratado assim'", comentou Lula na ocasião.

Na mesma entrevista, o presidente disse que "ninguém será tratado diferente" por não gostar do PT e que não faz política para governador.

"O governador também fala todo dia: 'é insuficiente, insuficiente, insuficiente'. Tudo é insuficiente", afirmou Lula.

Após a entrevista, durante evento de entrega de casas populares em Porto Alegre, Leite disse que "não se trata de qualquer coisa pessoal ou ideológica". Segundo o governador, "se trata das demandas para que o estado seja atendido".

"Não é só que o Rio Grande do Sul que quer mais atenção. O Rio Grande do Sul precisa dessa atenção e reivindica os seus direitos. Não deixará de haver reconhecimento, portanto, não deixará de haver, de outro lado também, cobranças e demandas para que a gente possa entregar para a nossa sociedade o que é de direito", rebateu Leite.

Por fim, Lula disse que não há disputas com o governador do RS.

"Eduardo, toda vez que você olhar para o governo federal, saiba que você tem um amigo. Eu não disputo nada com você, não disputo popularidade, não sou um gestor. Eu sou um político e gosto de fazer política", disse.

g1
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (21) o projeto de lei complementar (PLP) 192/2023, que altera a contagem de início e o prazo de duração, além de outras regras relacionadas à inelegibilidade. O texto da Câmara dos Deputados recebeu relatório favorável do senador Weverton (PDT-MA) e segue para o Plenário em regime de urgência.

Pela legislação em vigor, o político que se torna inelegível fica impedido de se candidatar. Ele não pode concorrer nas eleições que se realizarem durante o restante do mandato e nos oito anos seguintes ao término da legislatura. Uma legislatura é caracterizada pelo período de quatro ou oito anos, durante o qual se desenvolvem as atividades legislativas.

A proposta muda a Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64, de 1990). O PLP 192/2023, da deputada Dani Cunha (União-RJ), determina que o período de inelegibilidade passe a ser único: oito anos contados a partir de um dos seguintes eventos:

  • data da decisão que decretar a perda do mandato;
  • data da eleição na qual ocorreu prática abusiva;
  • data da condenação por órgão colegiado; ou
  • data da renúncia ao cargo eletivo.

‘Desigualdade’
Caso o projeto seja sancionado como lei, as novas regras têm aplicação imediata, inclusive para condenações pré-existentes. Para Weverton, a proposta aperfeiçoa a legislação eleitoral e confere objetividade e segurança jurídica ao fixar o início e o final da contagem de inelegibilidades.

— Principalmente, a alteração pertinente ao prazo de duração da inelegibilidade, aqui igualado e limitado em

todas as hipóteses para coibir distorções que hoje ocorrem, em que um detentor de mandato sofre pena determinada, e suas implicações sobre inelegibilidade incidem de forma desigual, e assim, afrontam o princípio constitucional da isonomia — justificou.

Segundo o relator, o projeto tenta corrigir uma desigualdade. Como o prazo começa a contar do final de cada legislatura, a inelegibilidade dura mais para senadores, que possuem um mandato mais longo do que os de deputados, por exemplo

Abuso de poder
No caso de condenação pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político ou econômico, o projeto prevê que o candidato ficará inelegível quando houver cassação do mandato, diploma ou registro, o que não é exigido atualmente. O projeto fixa um limite máximo de 12 anos para condenações por inelegibilidade, mesmo por condenações sucessivas em processos diferentes.

Afastamento da inelegibilidade
De acordo com o texto, as condições de elegibilidade devem ser analisadas no registro da candidatura. Mas a Justiça Eleitoral pode reconhecer novas alterações jurídicas ou fatos posteriores que afastem ou anulem a inelegibilidade, se ocorridas até a data da diplomação. Pela regra atual, entende-se que qualquer mudança após o registro pode afastar a inelegibilidade.

Para Weverton, o entendimento atual frustra a segurança jurídica e a soberania popular. Isso porque existe a possibilidade de alteração no quadro de eleitos pela manifestação popular, mesmo depois de a Justiça Eleitoral reconhecer o resultado da eleição. O relator sugere que seja revogado dispositivo na Lei das Eleições (Lei 9.504, de 1997) que trata do mesmo tema.

Emendas
Foram apresentadas 12 emendas ao projeto na comissão, todas rejeitadas pelo relator. Uma delas sugeria a obrigatoriedade de que magistrados, membros do Ministério Público, servidores integrantes de guardas municipais e polícias civis se afastassem do cargo quatro anos antes das eleições. Segundo Weverton, o acatamento da emenda faria com que o projeto voltasse à Câmara dos Deputados.

Apoio
O presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), elogiou a aprovação do PLP 192/2023.

— Temos não poucos casos concretos no Brasil em que uma pessoa fica 10, 20, 30 anos condenada sem poder exercer a atividade política. Isso talvez esteja tirando da politica muitos homens e mulheres que gostariam de colaborar. É natural que se tenha um prazo razoável para que a pessoa possa cumprir essa pena, e não um prazo indeterminado, sem data para conclusão — disse.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) defendeu a aprovação da matéria.

— Não podemos aceitar uma inelegibilidade perpétua. Isso não tem sentido. Quem tem que avaliar é o eleitor. Não somos nós que vamos perpetuar a inelegibilidade de ninguém — afirmou.

Para o senador Dr. Hiran (PP-RR), a inelegibilidade deve aplicada com “muita parcimônia”.

— Não podemos condenar um político à morte política. É a mesma coisa de cassar o diploma de um médico. A gente tem que ter muita parcimônia, muito cuidado. Conheço vários exemplos no meu estado de ex-prefeitos que estão há 15, 20 anos inelegíveis. Isso é muito grave. Devemos estabelecer um limite baseado no bom senso — disse.

Agência Senado
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Um homem foi encontrado morto na noite dessa terça-feira (20) no bairro de Imaculada, em Bayeux, depois de passar cerca de 36 horas desaparecido. A Polícia Civil da Paraíba suspeita de tortura e de execução.

A vítima foi identificada como Almir Murilo dos Santos Nascimento, de 28 anos. Ele saiu de casa na manhã de segunda-feira (19) dizendo que ia até a casa de uma amiga, mas nunca mais foi visto com vida.

Familiares informaram o desaparecimento à Polícia ainda na segunda-feira (19) e só na noite do dia seguinte localizaram a vítima numa região de mata do município.

Uma perícia foi realizada pela Polícia Civil, que identificou marcas de agressão e de tortura contra ele. Pelas características como o corpo foi encontrado, a suspeita é a de que houve uma execução.

Uma investigação foi aberta. O objetivo agora é identificar os autores e as motivações do crime.

g1 PB
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Uma operação policial realizada na noite dessa terça-feira (20) no município de Arara, na Paraíba, terminou com troca de tiros e um suspeito morto. Moisés Lima de Sena Moura, 23 anos, estava foragido há mais de um ano após ser denunciado por feminicídio, até que a Polícia Civil da Paraíba conseguiu a informação de que ele estava escondido na zona rural de Arara.

A ação conjunta envolveu policiais militares e civis e o objetivo era prender Moisés. De acordo com a Polícia Civil, o homem foi identificado e localizado, mas ele reagiu à prisão, dando início ao tiroteio.

Vídeos realizados por moradores da cidade registram os tiros, que foram dados por ruas do município. No final da ação, os policiais informaram que o suspeito foi baleado e morto.

Ainda de acordo com a Polícia, o homem era suspeito de feminicídio, mas também de uma série de assaltos em municípios como Arara, Solânea, Bananeiras e Serraria.

Houve também um caso registrado em julho deste ano, quando um assalto frustrado realizado por Moisés já tinha terminado em tiroteio. Na ocasião, Moisés conseguiu fugir, mas um homem identificado como sendo um parceiro seu foi morto por policiais.

g1 PB
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Um homem foi morto na noite dessa terça-feira (20) no município de Cabedelo, na Grande João Pessoa. Ele era funcionário de uma pizzaria da cidade, localizada no bairro de Camalaú, há pelo menos três anos, e foi morto com cinco tiros de revólver dentro de seu local de trabalho.

A vítima, que foi identificada como sendo Erick Rodrigues, mas que era conhecido por Jhonny, tinha 23 anos. Segundo a superintendência da Polícia Civil da Paraíba, contra ele havia vários registros de lesão corporal, violência contra a mulher, descumprimentos de medidas protetivas, ameaças e agressões. Ele, inclusive, chegou a ser preso em abril do ano passado após agredir um cliente com quem discutiu num supermercado.

A delegada Flávia Assad, que investiga o caso, disse que a Polícia Civil isolou a área e realizou uma perícia. O próximo passo é colher os depoimentos dos presentes e principalmente dos familiares da vítima.

O objetivo é descobrir se ele possuía alguma inimizade ou se vinha sendo ameaçado. Para a delegada, é fundamental traçar possíveis motivações para o crime.

A delegada informou ainda que a vítima apresenta lesões de defesa, mas ponderou que ainda não há suspeitos para o crime.

g1 PB
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As eleições deste ano vão contar com 88 candidatos com alguma deficiência na Paraíba. O dado foi conferido pelo ClickPB nesta quarta-feira (21) no portal Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCandContas), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mostra dados sobre todos os candidatos de todas as eleições no Brasil.

Como verificado pelo ClickPB, dos candidatos com alguma deficiência 25 possuem problemas visuais. Seis são paraplégicos; cinco possuem monoplegia; e quatro são tetraplégicos.

Além desses, quatro candidatos possuem deficiência auditiva, quatro possuem outras deficiências físicas e mais 40 são identificados como possuindo outras deficiências.

O primeiro turno das eleições deste ano está marcado para o dia 6 de outubro. O segundo turno, em municípios com mais de 200 mil eleitoras e eleitores e sem vencedor no primeiro turno, será no dia 27 de outubro.

Primeira vereadora surda eleita na Paraíba
Em 2020, a Paraíba teve a primeira candidata surda eleita para vereadora. A eleita foi Ana Kelly Nunes Bezerra, eleita como Kelinha de Naldo, em Araçagi, município do Brejo paraibano.

Como publicado pelo ClickPB, Kelinha e Naldo foi eleita com 421 votos, sendo a 12ª mais votadas entre todos os concorrentes.

Na época, a candidata se destacou com projetos voltados para acessibilidade. Nas eleições deste ano, Kelinha de Naldo vai concorrer a um novo mandato de vereadora pelo Podemos.

Veja abaixo o quadro com os tipos de deficiências nas eleições deste ano na Paraíba:

Auditiva – quatro

Física:

  • Tetraplegia – quatro
  • Monoplegia – cinco
  • Paraplegia – seis
  • Outro – 40

Visual – 25

Outros – quatro

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Mais de 60% dos 3,2 milhões de eleitores aptos a votar nas eleições deste ano na Paraíba não possuem ensino médio completo. Como observou o ClickPB, a informação consta em um painel de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com os dados, o estado da Paraíba tem 3.225.826 eleitores aptos, dos quais 64,44% não finalizaram o ensino médio. Confira números do eleitorado relacionados aos níveis de escolaridade:

  • 151.497 eleitores com ensino fundamental completo (4,7% do total);
  • 208.174 eleitores analfabetos (6,45% do total);
  • 430.068 que leem e escrevem (13,3% do total);
  • 519.323 possui ensino médio incompleto (16,1% do total);
  • 770.663 têm ensino fundamental incompleto (23,89% do total);

Com isso, o total de eleitores que não possuem ensino médio completo é de 2.079.725 (mais de 2 milhões de eleitores), como observou o ClickPB.

Comparação com dados de 2022
A reportagem do ClickPB comparou os dados de julho de 2024 com os de julho de 2022. Àquela época, o percentual de eleitores que não tinham ensino médio completo era ligeiramente maior: 64,67%.

Porém, o número total de eleitores aptos era de 3.091.684 (mais de 3 milhões de eleitores). Confira os dados de 2022:

  • 147.689 eleitores tinham ensino fundamental completo (4,78% do total);
  • 211.163 eram analfabetas (6,83% do total);
  • 453.546 afirmaram que tinham, à época, ensino médio incompleto (14,67% do total);
  • 440.414 afirmaram, à época, que liam e escreviam (14,25% do total);
  • 746.213 eleitores tinham ensino fundamental incompleto (24,14% do total);

Dados gerais de 2024
Dos 3.225.826 eleitores aptos a votar em 2024, 1,6 milhão são do sexo feminino (53%) e 1,5 milhão são do sexo masculino (47%).

ClickPB
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