O primeiro teste nas relações econômicas do Brasil com o novo governo argentino será com o Canadá. O governo brasileiro está disposto a fechar, sem a Argentina, um acordo de livre comércio com os canadenses em julho deste ano, caso o presidente do país vizinho, Alberto Fernández, resolva colocar empecilhos ao que foi negociado.
Segundo uma fonte envolvida no tema, os governos do Brasil e do Canadá já conversaram sobre essa possibilidade. As negociações estão bastante avançadas e contemplam 90% dos itens que poderão ser comercializados com tarifas de importação reduzidas.
Até o momento, a única certeza é que Paraguai e Uruguai continuam dispostos a fechar o acordo com o Canadá.
O novo governo argentino ainda não se posicionou a respeito do assunto. Seu único contato com autoridades brasileiras se deu no início de dezembro, por meio de uma conversa entre os chanceleres do Brasil (Ernesto Araújo) e da Argentina ( Felipe Solá ).
Pela legislação em vigor, o Brasil não poderia fechar um acordo comercial sem os outros sócios do bloco. No entanto, há uma interpretação, aceita dentro do Mercosul, de que é possível negociar em momentos diferentes.
Ou seja, os argentinos poderiam escolher, no futuro, um momento mais oportuno para ratificar o tratado comercial com o Canadá, sem impedir a sua vigência nos demais países da união aduaneira.
Um exemplo concreto se aplica ao acordo entre Mercosul e União Europeia, concluído no ano passado. À medida em que os parlamentos de cada um dos países do bloco sul-americano aprovar o que foi negociado, o tratado entra em vigor individualmente.
A agenda do governo do presidente Jair Bolsonaro prevê, ainda, o fechamento de acordos de livre comércio com a Coreia do Sul e Cingapura até o fim deste ano. Também existe a expectativa de serem iniciadas negociações com o Japão, a Indonésia, o Vietnã e a Índia.
O GLOBO
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.