Sete governadores e um vice-governador do Nordeste começaram, na segunda-feira, uma viagem para França , Itália e Alemanha para vender projetos que somam R$ 30 bilhões , incrementar o comércio e tentar atrair empresas. Em troca, além de se venderem como uma região dinâmica, ambientalmente sustentável e inclusiva, prometem até uma “minirreforma” tributária .
— Estamos aproximando o marco regulatório, ambiental e a legislação tributária dos nove estados do Nordeste — afirmou Rui Costa, governador da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste, ao GLOBO, por telefone, de Paris. — Se você unifica alíquotas, pode viabilizar vários investimentos.
Essa unificação tributária e de normas pode fazer sair do papel a chamada Rota Azul, projeto de gasoduto que prevê instalação de postos de combustíveis capazes de fornecer gás natural liquefeito (GNL) para veículos de carga — algo que já ocorre na Europa. Ao menos um grupo com capital inglês teria mostrado interesse.
Os estados também adotarão a mesma alíquota na segunda licitação conjunta do consórcio, para materiais e equipamentos.
Região que mais cresce
Na viagem, que passará também por Itália e Alemanha, estão sendo apresentados projetos de PPPs (parcerias público-privadas) e de concessão de saneamento que somam R$ 30 bilhões e que podem ser licitados em 2020.
Os governadores vendem o Nordeste como a região que mais cresce no país, onde se respeita a diversidade, há inclusão social e uma responsabilidade ambiental. O slogan do Consórcio Nordeste é “O Brasil que cresce unido”.
O governador baiano afirma que a ideia não é ser um contraponto ao governo de Jair Bolsonaro, acusado no exterior de desrespeitar minorias e ampliar o desmatamento amazônico — que bateu recorde neste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
— Estamos reafirmando valores que hoje são globais. Não queremos nos contrapor a este ou aquele posicionamento do governo federal, mas alinhar a região ao exigido pelas principais empresas do mundo, pelas agências de financiamento e pelos fundos. Não é possível atrair grandes investimentos sem compromisso com o ser humano, com a inclusão social e com o meio ambiente — disse o governador da Bahia. — É hora de o Brasil reafirmar também esses valores.
Nas apresentações, os governadores reforçam a empresários e investidores que a região tem 57,1 milhões de habitantes e um PIB conjunto de R$ 898,1 bilhões. Segundo nota do Consórcio Nordeste, o diretor-geral do Tesouro francês, Christophe Bories, comentou que “a França investe mais no Brasil do que na China”.
Rui Costa afirmou que nem sempre é possível voltar de uma viagem dessas com anúncios de investimento. Mas lembrou que a Bahia está com uma PPP para o novo aeroporto de Porto Seguro devido ao interesse de uma empresa alemã, iniciado em uma viagem sua ao país em 2016. O consórcio pode ir no ano que vem para Espanha, Rússia e China.
O Globo
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