A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu nesta sexta-feira (21) a análise das defesas prévias dos denunciados com o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta participação na tentativa de golpe de estado. A Procuradoria manteve a acusação e defendeu que o Supremo torne os acusados réus.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou nesta sexta-feira (21) ao STF a análise sobre os argumentos dos advogados do chamado núcleo 4.
O grupo, segundo a PGR, seria responsável por ações de desinformação, propagando notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizando ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do ex-presidente e seus aliados de permanecer no poder.
Fazem parte desse núcleo:
Também faria parte desse núcleo Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho empresário e neto do ex-presidente do período ditatorial João Figueiredo. Como ele está no exterior, foi notificado por edital mas, de acordo com registro do STF, não houve qualquer manifestação depois do prazo dado de 15 dias.
Depois de apresentada a denúncia, os advogados pediram que o STF rejeite a acusação por falta de provas e ainda por questões processuais, como ausência de competência do tribunal para analisar o caso, cerceamento de defesa, irregularidade na delação do ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid.
Gonet afirmou que a acusação tem os elementos necessários para tornar réus os investigados. "A denúncia descreve de forma pormenorizada os fatos delituosos e as suas circunstâncias, “explanando de forma compreensível e individualizada a conduta criminosa em tese adotada por cada um dos denunciados".
Primeiro núcleo no dia 25
Na próxima terça-feira (25), a Primeira Turma do Supremo começa a julgar a acusação da PGR contra o chamado núcleo crucial da organização criminosa, que teria atuado para impedir que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.
A PGR diz que o núcleo era integrado por:
De acordo com a PGR, eles participaram das principais decisões e ações que teriam envolvido o plano de golpe de Estado.
A Primeira Turma já marcou o julgamento para abril de mais dois núcleos – o dos militares e policiais denunciados pelas chamadas ações táticas e o núcleo que gerenciou medidas, segundo a PGR, para manter Bolsonaro no poder de forma ilegal.
Ao todo, 34 pessoas foram acusadas dos crimes de
Se a denúncia for aceita pelos ministros, ainda cabe recurso pedindo esclarecimentos ao próprio colegiado. Os acusados viram réus e passam a responder formalmente pelos crimes.
Depois, é aberta uma ação penal, quando serão tomados depoimentos de testemunhas e os réus interrogados. Só depois os ministros decidem se serão absolvidos ou condenados.
g1
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