O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as eleições de 2026 já começaram para os adversários. Em reunião ministerial realizada nesta segunda-feira (20), o chefe do Executivo disse não saber quais partidos vão integrar a base durante o pleito.
“2026 já começou, não por nós, que temos que capinar, mas pelos adversários a eleição do ano que vem já começou. Eles já estão em campanha. Nós não podemos antecipar campanha porque temos de trabalhar e entregar ao povo o que ele precisa”, declarou Lula.
Na reunião, o chefe do Executivo afirmou que é preciso saber quais partidos vão estar juntos com Lula na eleição. “E eu quero conversar com vocês sobre os partidos que estão aliados conosco. Nós temos vários partidos políticos. Eu quero que esses partidos continuem juntos, mas estamos chegando ao processo eleitoral e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não. E essa também é uma tarefa de vocês.”
A reunião ministerial ocorre em meio a trocas na equipe do governo. Lula tem sido pressionado por aliados do Congresso Nacional a fazer mudanças na Esplanada dos Ministérios a partir das eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, previstas para o início de fevereiro, que podem impactar em uma eventual campanha de Lula para a reeleição em 2026.
A avaliação é que alguns políticos que hoje estão próximos a seu governo podem não querer apoiar seu grupo político no próximo pleito por terem bases eleitorais que o rejeitam. A ideia inicial era de que a reunião ministerial ocorresse no fim de 2024, mas por causa dos procedimentos cirúrgicos feitos por Lula, ele precisou adiar para 2025. As reuniões costumam ser longas, e o presidente discursa mais de uma vez e tenta ouvir todos os auxiliares. Normalmente, os encontros duram um expediente inteiro.
Mudança na comunicação
A primeira troca feita por Lula neste ano ocorreu na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Paulo Pimenta saiu do posto, e no lugar dele assumiu o publicitário Sidônio Palmeira, que foi coordenou a campanha presidencial de Lula em 2022.
Pimenta estava na Secom desde o início do mandato de Lula, em janeiro de 2023 — entre maio e setembro de 2024, foi indicado para assumir o Ministério Extraordinário para Reconstrução do Rio Grande do Sul. Ainda não há definição sobre o futuro dele no governo. Ele é deputado federal pelo RS, e um eventual retorno à Câmara dos Deputados não está descartado.
A saída de Pimenta era dada como certa desde dezembro do ano passado, quando Lula criticou publicamente a comunicação do governo federal. A pasta é responsável pela divulgação das ações do Executivo. “Há um erro no governo na questão da comunicação, e sou obrigado a fazer as correções necessárias, para que a gente não reclame de que a gente não está se comunicando bem”, admitiu Lula durante seminário do PT, em Brasília.
Os ministérios da Defesa e de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços devem ficar de fora da reforma que Lula começou a fazer. A princípio, as pastas chefiadas por José Múcio e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, respectivamente, não devem sofrer mudanças, segundo informaram ao R7 fontes do Palácio do Planalto.
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