A reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria nesta terça-feira (3) com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para tratar sobre a situação na Venezuela foi adiada.
A crise no país vizinho se agravou após ordem de prisão do candidato oposicionista Edmundo González. Não há nova data para o encontro.
A decisão da Justiça da Venezuela, que atende a um pedido feito pelo Ministério Público do país, foi percebida como “inaceitável” e “péssimo sinal” por interlocutores próximos do presidente Lula.
O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou à CNN que o pedido de prisão de Edmundo Gonzalez é “muito negativo” para a tentativa de diálogo em que Brasil e Colômbia vinham se empenhando.
O governo brasileiro avalia soltar uma nota oficial demonstrando preocupação com o aumento das tensões.
Na prática, a apreensão é com a escalada autoritária do governo de Nicolás Maduro, mas assessores presidenciais apontaram um “dilema” para o Palácio do Planalto e o Itamaraty.
Ao mesmo tempo em que se pretende indicar claramente uma insatisfação com os últimos passos de Maduro, o objetivo é não levar a Venezuela para um isolamento internacional ainda maior e não romper completamente o diálogo.
O Brasil continuará sem reconhecer a vitória de Maduro e exigindo a apresentação das atas eleitorais, mas endurecer a estratégia — declarando a Venezuela uma ditadura ou tratando González como presidente legítimo – está fora de cogitação.
Auxiliares de Lula listam pelo menos três fatores para justificar a necessidade de manter pontes com o governo Maduro:
Hoje, no Planalto e no Itamaraty, a percepção é de que Maduro não se dispõe a negociar e está convencido – com o aval de todo seu entorno – a manter-se no poder.
É uma diferença em relação à expectativa, alimentada após as eleições no dia 28 de julho, de que ele poderia abrir espaço para algum tipo de saída negociada em caso de confirmação de sua derrota.
CNN
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