O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, vai visitar na próxima segunda-feira (27) o Rio Grande do Sul, devastado pelas chuvas e pelas enchentes. Trata-se da primeira viagem ao estado desde o início da tragédia ambiental. Na ocasião, o titular vai se reunir novamente com o setor da indústria gaúcha.
A agenda de Alckmin em terras gaúchas envolve reuniões com o setor da indústria e com o ministro extraordinário para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. O vice-presidente volta para Brasília ainda na segunda-feira, de acordo com a previsão da equipe.
Recentemente, Alckmin se reuniu com representantes industriais gaúchos. Como mostrou o R7, o governo avalia uma resposta para a demanda entregue pelo setor da indústria. Entre as medidas avaliadas, estão a retomada do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, criado na época da pandemia de Covid-19 e que flexibilizou as regras trabalhistas em período de calamidade.
Alckmin relatou que a União analisa mais medidas de crédito voltadas para a área industrial gaúcha e, neste momento, discute as taxas de juros e o fundo garantidor. “Nós vamos trabalhar junto aos ministérios da área produtiva, econômica, desenvolvimento, trabalho e bancos federais. Eu destacaria a primeira questão que a indústria gaúcha foi mais de 90% afetada [pelas chuvas], porque foram as regiões mais industrializadas — a região metropolitana de Porto Alegre e a serra gaúcha —, onde estão os maiores polos industriais. Então, todo empenho para a gente rapidamente recuperar a atividade da indústria e manter empregos na região”, disse na ocasião.
“Foi colocada a questão do crédito, e o presidente Lula tem colocado que não faltarão recursos para ajudar o Rio Grande do Sul. Já conversamos com o BNDES, vamos conversar com a Fazenda — há que se definir a questão de juros, o fundo garantidor e as linhas de crédito. E deve ser para tudo, desde capital de giro, recomposição de máquinas e equipamentos, prédios, enfim, toda a área de reconstituição. O principal é estabelecer os juros. O principal é qual vai ser o tamanho da equalização. É isso que vai ser discutido”, completou.
O presidente em exercício da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), Arildo Bennech, participou da reunião com Alckmin e relatou que cerca de 90% das indústrias foram afetadas pelas chuvas. “Um dos pontos altos foi garantir o emprego. Então, o crédito me parece que é o mais urgente, além das medidas trabalhistas. O crédito me parece importante para que as empresas possam manter seus funcionários, que são mais de 500 mil pessoas com carteira assinada que têm suas casas cobertas d’água”, argumentou.
Alckmin informou também que o governo estrutura uma depreciação acelerada — mecanismo que reduz a tributação das empresas — específica para o Rio Grande do Sul. “Nós deveremos ter a promulgação, nos próximos dias, da lei da depreciação acelerada. Foi aprovada pela Câmara e pelo Senado, reduz imposto de renda de pessoa jurídica e reduz contribuição social sobre lucro líquido para renovação de máquinas e equipamentos. O presidente sanciona nos próximos dias. Estamos estudando uma depreciação acelerada específica para o Rio Grande do Sul”, contou o vice-presidente.
R7
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