A Polícia Federal decidiu adiar o depoimento do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro, sobre as supostas atividades ilegais de espionagem realizadas dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A assessoria da PF confirmou o adiamento, mas não divulgou uma nova data. Conforme o blog apurou, o pedido partiu do próprio Heleno.
Em falas anteriores, o ex-ministro negou ter participação no uso do First Mile, principal ferramenta da chamada “Abin Paralela”. A agência oficial era subordinada à pasta que o general comandava.
No dia da operação da Polícia Federal contra Alexandre Ramagem, ex-chefe da agência, Augusto Heleno disse ao blog que não havia motivos para a PF intimá-lo porque ele já tinha prestado esclarecimentos à CPMI dos atos golpistas.
Contudo, o blog consultou as notas taquigráficas das duas comissões e não há nenhuma declaração de Heleno sobre a Abin paralela.
A suspeita é de que, durante o governo Bolsonaro, a Abin tenha usado o software para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas como governadores e até integrantes do Supremo Tribunal Federal.
Superior hierárquico
Ministros do Supremo Tribunal Federal ouvidos pelo blog acreditam que a montagem de uma 'Abin paralela' só teria viabilidade com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-chefe do GSI.
Alexandre Ramagem é próximo da família Bolsonaro. Ele entrou para a PF como delegado em 2005 e chefiou a equipe de segurança do ex-presidente na campanha eleitoral de 2018, depois do atentado a faca em Juiz de Fora (MG).
Ao blog, Ramagem disse no último dia 31 de janeiro que despachava diretamente com Bolsonaro e Heleno.
"Com Heleno, na maioria das vezes, mas às vezes sem Heleno", diz.
O ex-chefe da Abin tinha contato direto com Bolsonaro, além do contato quase que diário com Heleno: “Era meu superior hierárquico”.
g1
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