O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta terça-feira (19) a regulação das redes sociais após o ataque hacker virtual sofrido pela primeira-dama, Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja. O petista afirmou que os proprietários das plataformas lucram com as atividades em solo brasileiro, mas que não pagam nenhum imposto no Brasil. Janja, por sua vez, informou que vai processar o X, antigo Twitter, e que o dono, Elon Musk, "ficou muito mais milionário com o ataque".
"Nós vamos ter que fazer uma regulação séria e eu vou dizer mais: não é uma regulação para um país, é uma regulação para o mundo. A União Europeia já fez uma regulação, a gente vai ter que olhar bem para o que foi feito, olhar o que está acontecendo na China, nos Estados Unidos. Mas é preciso que o mundo tome cuidado com isso", disse Lula.
"Como a gente trata isso sem fazer censura? É muito difícil. Mas se você olhar, a televisão tem regulação, o rádio tem regulação. É preciso então criar outra regulação para esse cidadão que não paga nem imposto no Brasil. Todos eles são dos Estados Unidos, todos eles ganham uma fortuna, não paga nenhum imposto e fala o que quer. E não obedecem sequer a decisões do governo", acrescentou.
A primeira-dama anunciou que vai processar o X, antigo Twitter. "Eu não sei nem aonde processá-los, se processo no Brasil ou nos Estados Unidos, porque processá-los eu vou. A gente fez uma pesquisa, tem muitas pessoas públicas que têm suas contas invadidas, a gente tem que de alguma forma responsabilizar essas plataformas e regulá-las. O problema não é só do Brasil, é global".
Durante a transmissão, Janja avaliou que Elon Musk, proprietário do X, lucrou com o ataque virtual. "Eu, por conta de estar nesse lugar que estou, de pessoa pública, foi tão difícil que o Twitter derrubasse, congelasse a minha conta. Por 1h30, o seu Elon Musk [dono da plataforma] ficou muito mais milionário com esse ataque. É essa a questão. A gente precisa não só da regulação das redes, mas a gente precisa discutir a monetização dessas redes", defendeu.
A primeira-dama relatou que conseguiu chorar após a chegada de sua equipe. "Quando eu acordei, eu olhei para o meu marido, e apesar de tudo, e eu estava com vontade de chorar, mas não é no ombro dele que eu tenho que chorar. Aí só consegui chorar com as meninas que trabalhavam comigo chegaram e eu consegui chorar. Porque só outra mulher para entender o que eu estava sentindo naquele momento", afirmou.
Ataque
O ataque ocorreu na noite da segunda-feira (11), e a conta foi bloqueada a pedido da corporação. Entre as publicações falsas, que começaram às 21h37 e incluem xingamentos e mensagens de cunho sexual, há frases como "Eu apoio o mensalão" e "Alexandre de Moraes é bandido", em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um dia após ter a conta em uma rede social invadida por hackers, a primeira-dama afirmou que "o ódio, a intolerância e a misoginia precisam ser combatidos, e os responsáveis, punidos". A declaração foi feita na terça-feira em uma postagem em outra plataforma, já que o perfil invadido continua bloqueado.
Como mostrou o R7, a Polícia Federal investiga a participação de dois suspeitos no ataque hacker contra a primeira-dama: um adolescente, de 17 anos, que mora em Sobradinho (DF), e outro que mora em minas Gerais, de 25 anos. Ambos se comunicavam pela internet. O suspeito de Minas Gerais tem uma banda, chamada Maníaco, da qual o suspeito de Brasília é fã. O próprio músico teria confessado em depoimento que uma plataforma retirou alguns vídeos por serem considerados ofensivos.
R7
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