Novembro 25, 2024

Lula critica reação israelense contra palestinos e diz que ataques terroristas não justificam morte de 'milhões de inocentes' Featured

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (24) o escopo da reação de Israel contra palestinos, após os ataques do grupo terrorista Hamas ao país.

As declarações foram durante a "Conversa com o Presidente", transmissão semanal feita pelo petista, retomada nesta manhã após cirurgias feitas por Lula no quadril e nas pálpebras.

"Não é porque Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade", disse.

O presidente afirmou que já conversou com líderes de diversos países na tentativa de mediar uma resolução para o conflito. Entre eles Israel, a Autoridade Palestina, Irã, Egito, Turquia, França, Rússia e Emirados Árabes.

O petista disse que ainda pretende conversar com líderes da China, África do Sul e Catar.

"Estou falando com todo mundo para que a gente consiga três coisas. Primeiro: garantir o corredor humanitário, para que as pessoas possam receber água, comida, remédio. Garantir que não falte energia elétrica nos hospitais, para que as pessoas possam ser tratadas. E garantir que não se mate mais crianças. Não tem exemplo na humanidade de guerra em que quem morre mais é criança, que não está na guerra", disse.

Lula também defendeu a solução de dois Estados, com a demarcação de um território israelense e outro palestino na região.

"É preciso que a gente consiga que lá, no Oriente médio, Israel com um território que é seu, que está demarcado pela ONU, e os palestinos tenham direito de ter a sua terra. É simples assim. E não precisa ninguém ficar invadindo a terra de ninguém. Todo dia a gente vê que colonos de Israel invadem a terra dos palestinos, e a ONU não faz nada porque a ONU está enfraquecida", afirmou.

Brasileiros no conflito
Na transmissão, Lula também comentou sobre os brasileiros que aguardam repatriação na Faixa de Gaza. Ao todo, 32 pessoas aguardavam o transporte nesta terça – entre brasileiros e palestinos que solicitaram abrigo.

"Estou conversando com todo mundo, inclusive, porque eu quero liberar os brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Nós temos brasileiros que querem vir para cá. Nós temos crianças lá, nós temos mulheres, que estão sofrendo os tormentos dos tiros, das bombas, dos foguetes. Eles estão muito próximos da faixa de fronteira com o Egito", disse.

"Eu já falei com o presidente do Egito. O meu ministro já falou com o ministro das Relações Exteriores. Ou seja, o avião presidencial, o menor, já está no Cairo à espera dessa gente. Assim que abrir a fronteira, nós vamos buscar os nossos brasileiros e trazer para cá", continuou.

"Porque é aqui o lugar deles, um país seguro, que não tem guerra, e a gente pretende dar a eles a cidadania que eles não conseguiram conquistar morando em Faixa de Gaza, com a truculência que está acontecendo lá, com os bombardeios", finalizou.

Críticas à ONU
Lula também voltou a criticar a atuação da ONU e dos Estados Unidos em meio ao conflito. Segundo o presidente, a organização está "enfraquecida".

"Se a ONU tivesse força, a ONU poderia ter uma interferência maior. Os EUA poderiam ter interferência maior, mas as pessoas não querem. As pessoas querem guerra, as pessoas querem incentivar o ódio, estimular o ódio, e eu não vejo assim", disse.

"Então quando eu vejo as autoridades falarem em guerra, porque fulano tem que matar sicrano, porque sicrano tem que derrotar. Não é assim que a gente resolve o problema. Numa mesa de negociação, não morre ninguém, custa mais barato e a gente pode encontrar solução", afirmou.

g1
Portal Santo André em Foco

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