Novembro 25, 2024

Com presença de Lula, Pochmann assume IBGE e prega 'recuperação' do órgão após 'vendaval tóxico dos anos recentes' Featured

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta sexta-feira (18) da cerimônia de posse do economista Marcio Pochmann como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pochmann foi uma escolha pessoal de Lula para comandar o IBGE, órgão responsável por pesquisas e dados fundamentais para execução de políticas públicas, a exemplo do Censo e dos índices de inflação e desemprego.

Pochmann substitui Cimar Azevedo, que ficou à frente do órgão como interino e conduziu os trabalhos do Censo.

Em um discurso com forte teor político, Pochmann afirmou ser "urgente" recuperar o IBGE após o que chamou de "vendaval tóxico e destrutível dos anos recentes".

"[Vendaval] que impôs a realização do Censo demográfico com atraso de dois anos e com recurso orçamentários de apenas de dois terços do total que havia sido comprometido em termos reais no ano de 2010", afirmou o novo presidente do IBGE.

Em outro momento do discurso, disse que o órgão que assumiu nesta sexta deverá atuar com "máxima qualidade e rigor técnico-científico" no tratamento de dados e informações que "servirão para desenho, promoção e verificação de resultados das ações estratégicas em prol do bem harmonioso de todos".

Atrito com Tebet
A escolha de Pochmann provocou atrito com a ministra do Planejamento, Simone Tebet. O IBGE é vinculado à pasta da ex-senadora, que não conseguiu influenciar na decisão de Lula.

O presidente reclamou publicamente das críticas a Pochmann, que defende maior presença do Estado na economia.

"Escolhi porque confio na capacidade intelectual dele, é um pesquisador exímio", disse Lula.

A ministra do Planejamento discursou na cerimônia de posse de Pochmann. Tebet elogiou o currículo do novo presidente do IBGE e disse que ele seguirá prestando serviços ao país.

"Não há duas estradas. Não há dois caminhos. Não há mão e contramão. Nossa estrada não é de mão dupla, mas de mão única. Todos caminhamos juntos, que repito nas palavras do presidente Lula: colocar o pobre no orçamento, erradicar a pobreza, garantir dignidade e cidadania ao povo brasileiro", disse a emedebista.

A ministra lembrou que o Censo ainda tem microdados a serem divulgados. Tebet disse que o IBGE mostrou um retrato 'realista' do Brasil, mas distante do que se deseja para o país.

Na avaliação dela, o país está envelhecendo mal. "Estamos envelhecendo mal porque não estamos tendo ganho de produtividade", disse.

No discurso, Tebet também citou ações do governo na área econômica e disse contar com o apoio dos parlamentares para aprovação da nova regra das contas públicas, o arcabouço fiscal.

Perfil
Professor, Pochmann, 61 anos, comanda o Instituto Lula e tem história de atuação pelo PT. Foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e participou da transição do governo após a eleição de Lula.

Pochmann também presidiu a Fundação Perseu Abramo, braço teórico do PT, e foi candidato do partido à Prefeitura de Campinas em 2012 e 2016. Ele ainda dirigiu a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade durante governo de Marta Suplicy (PT), em São Paulo.

g1
Portal Santo André em Foco

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