Lideranças partidárias afirmaram à TV Globo que foram acionadas pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na noite desta quinta-feira (18) para comunicar um novo adiamento da reforma ministerial.
Segundo os congressistas, Padilha avisou por telefone que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "já deu início ao processo de discussão interna" da troca de ministros, mas só tomará a decisão após retornar da viagem à África do Sul.
A TV Globo tenta confirmar o conteúdo da conversa com o Palácio do Planalto.
Lula participa da Cúpula dos Brics em Joanesburgo, na África do Sul, entre a terça (22) e a quinta-feira (24) da próxima semana. No retorno, ainda passará por Angola e por São Tomé e Príncipe, com agenda até sábado (26).
Ou seja: na prática, se não for adiada novamente, a reforma ministerial deve ficar para a última semana de agosto.
O prazo dilatado irritou o parlamento. Líderes ouvidos pela TV Globo dizem que a falta de objetividade do Planalto tem gerado "grande incômodo" nas siglas do Centrão que aguardam a designação dos ministérios – União Brasil, PP e Republicanos.
Esses parlamentares consideram que a atenção do governo não está sendo "recíproca" em relação aos votos dados pelas legendas em temas como o arcabouço fiscal e a reforma tributária.
Também pesa contra essa articulação a decisão do governo de não incluir, na reforma ministerial, a troca de comando do Ministério do Desenvolvimento Social – hoje, nas mãos de Wellington Dias (PT).
O ministério é o mais cobiçado pelo PP de Arthur Lira, partido com a quarta maior bancada da Câmara, e tem um dos maiores orçamentos da Esplanada porque gerencia, entre outras coisas, programas sociais como o Bolsa Família.
Votações pendentes
O atraso na conclusão da reforma ministerial já surte efeito nas votações no Congresso Nacional. O arcabouço fiscal, por exemplo, aguarda nova análise na Câmara após ter sido alterado pelo Senado.
O governo esperava que essa tramitação tivesse sido concluída ainda em julho mas, após sucessivos adiamentos, o tema ainda não entrou em pauta. Arthur Lira diz oficialmente que o problema é a falta de consenso sobre algumas das mudanças no texto.
Nos bastidores, o atraso da reforma ministerial é citado como principal motivo.
g1
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