O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, afirmou nesta sexta-feira (28) que acredita em um acordo com o governo brasileiro, ainda neste ano, na revisão dos termos financeiros do tratado que viabilizou a construção e funcionamento da usina hidrelétrica de Itaipu, administrada pelos dois países.
Peña, que toma posse no próximo dia 15 de agosto, demostrou otimismo com as negociações após ser recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na residência oficial do Palácio da Alvorada.
"Eu acho que sim. A visão comum é muto boa. Estou com muito otimismo que as negociações possam ser concluídas muito rápido", disse Peña ao ser questionado sobre o desfecho da negociação até o final do ano.
O acordo firmado entre Brasil e Paraguai em 1973, há 50 anos, prevê no anexo C a revisão dos termos financeiros diante do pagamento das dívidas relativas à construção da hidrelétrica. Em fevereiro, a Itaipu Binacional pagou a última parcela da dívida. A renegociação deve ser feita neste ano de 2023.
O anexo C define bases comerciais de venda de energia elétrica gerada pela usina. Cada país tem direito a 50% da energia produzida, porém, como o Paraguai não consome toda sua quota, o Brasil compra esse excedente.
Peña disse estar otimista com as tratativas e defendeu que a usina seja "geradora de energia e de desenvolvimento para Paraguai e Brasil".
"A visão de gerar recursos para investir nos próximos anos é a melhor estratégica para nossos países", disse.
"O Paraguai não está buscando uma política rentista, o Paraguai está buscando uma política desenvolvimentista, o Paraguai quer desenvolver o seu país", acrescentou.
Mercosul, União Europeia e Venezuela
Peña relatou que discutiu com Lula as negociações do acordo comercial entre Mercosul (Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina) e União Europeia.
Peña disse estar "otimista". O acordo travou na fase de revisão pelos países dos dois blocos diante de exigências feitas pelos europeus na área ambiental.
Peña defendeu a importância de ampliar a integração regional e repetiu sua posição de retomar relações com a Venezuela, a exemplo do que o Brasil fez neste ano. O paraguaio defende a realização de eleições no país governado por Nicolas Maduro.
"O presidente Lula sabe que a minha posição é reestabelecer a relação com a Venezuela e tentar ser uma voz para todos os venezuelanos que estão pedindo hoje que haja eleições, defesa de direitos humanos", afirmou.
g1
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