O ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou à Polícia Federal que não acreditava em um golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. O tenente-coronel foi ouvido nesta sexta-feira (30) em desdobramento das investigações dos atos golpistas de janeiro.
Ele deixou o Batalhão da Polícia do Exército onde está preso desde 3 de maio e ficou na sede da PF em Brasília por quatro horas. Mauro Cid já tinha sido chamado a depor antes nesse caso, mas havia ficado em silêncio. A defesa alegou que não tinha tido acesso à investigação. Desta vez, ele respondeu a parte das perguntas. O depoimento foi enviado pela PF ao Supremo Tribunal Federal.
Mensagens apreendidas no celular do ex-ajudante de ordens mostram diálogos de teor golpista com pessoas próximas a Bolsonaro. Além disso, ele recebeu documentos com roteiro para um golpe. A defesa de Mauro Cid informou que só vai se manifestar no processo.
A PF declarou ao STF que as provas obtidas com a perícia no celular de Cid ratificam a "hipótese criminal relacionado a participação dos investigados na tentativa de execução de um golpe de Estado".
"Seja por meio de induzimento e instigação de parcela da população aderente à ideologia política professada, seja por meio de atos preparatórios e executórios propriamente ditos", explicou.
Na avaliação da Polícia Federal, a atuação dos investigados possivelmente foi um dos "elementos que contribuiu para os atos criminosos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, materializando os objetivos ilícitos da organização criminosa investigada".
Investigadores minimizaram as declarações de Mauro Cid. Avaliam que há contradições com as provas reunidas até o momento.
g1
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