O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta segunda-feira (26) com o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Será a quarta visita de Fernández ao Brasil neste ano.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o argentino virá a convite de Lula. A intenção é celebrar os 200 anos de relações diplomáticas entre os países.
Além disso, na reunião com Lula, Fernández deve discutir medidas de apoio econômico à Argentina, que tem enfrentado um agravamento da sua crise econômica e política (veja mais abaixo).
A visita do argentino ocorrerá após uma semana de intensa movimentação política no país. Terminou no sábado (24) o prazo para registro de pré-candidaturas à presidência da Argentina.
Enfraquecido politicamente e rompido com a vice-presidente Cristina Kirchner (principal liderança do peronismo, corrente política do atual governo), Alberto Fernández abriu mão de disputar a reeleição em abril.
Após uma reviravolta, a base governista anunciou Sergio Massa (atual ministro da Economia) como pré-candidato. Massa é aliado de Cristina.
A agenda de Fernández no Brasil também prevê compromissos nesta segunda com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber.
Ajuda econômica
A Argentina tem enfrentado, nos últimos anos, uma escalada da crise econômica. A inflação anual já ultrapassou a marca de 100%, e o peso — moeda oficial do país — sofre desvalorização. Alternativa dos argentinas ao peso, o dólar tem registrado sequências de alta.
Segundo o blog do jornalista Valdo Cruz no g1, em mais uma tentativa de mitigar os efeitos da crise, Fernández planeja voltar a discutir com Lula uma ajuda financeira ao país.
Um dos itens da pauta deve ser o apoio do Brasil a um eventual ingresso da Argentina no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como "banco do Brics".
Lula já declarou apoiar negociação para ajuda financeira à Argentina por meio do NBD, o banco de fomento do bloco formado por África do Sul, China, Índia e Rússia.
Em maio, o petista afirmou que a ideia é que o NBD dê garantias ao Brasil no financiamento aos exportadores. A iniciativa, no entanto, dependeria de mudanças em regras do banco.
Com sede em Xangai, na China, o banco do Brics atualmente é presidido pela ex-presidente Dilma Roussefff, que foi indicada por Lula em março.
Na alternativa apresentada por Lula, o Brasil financiaria a exportação de empresários brasileiros para a Argentina. A medida é uma saída para driblar a baixa reserva de dólares no país e os calotes em exportadores.
Com a iniciativa, exportadores receberiam do governo brasileiro, e a Argentina pagaria depois.
Segundo o Itamaraty, a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil.
Em 2022, as exportações brasileiras para o país registraram US$ 15,3 bilhões. As importações de produtos argentinos somaram US$ 13 bilhões.
g1
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