Novembro 26, 2024

Bolsonaro vai ao Senado e fala sobre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid: 'Cada um siga a sua vida' Featured

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi ao Senado na tarde desta quinta-feira (18). Ele visitou o gabinete do filho senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e falou com a imprensa. Questionado sobre o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, Bolsonaro respondeu: "Cada um segue a sua vida".

Cid está preso há 15 dias. Ele foi alvo de operação que investiga fraudes em cartões de vacinação para beneficiar Bolsonaro, familiares e pessoas próximas.

Mais cedo nesta quinta, Cid foi à Polícia Federal prestar depoimento. Mas optou por ficar em silêncio. Bolsonaro foi questionado sobre o caso.

"Não tenho conversado com ele. Isso aí está em segredo de Justiça. Apesar de vazar, está em segredo de Justiça. O que eu vi agora no rodapé de uma TV é que ele ficou em silêncio. Isso é ele com o advogado dele", afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro também foi alvo da operação sobre fraude no cartão de vacina. A polícia fez buscas e apreensões na casa do ex-presidente.

De acordo com as investigações, foi inserida no sistema do Ministério da Saúde a informação falsa de que Bolsonaro, a filha e pessoas próximas se vacinaram. A suspeita é que o esquema buscava viabilizar viagem da família para o exterior.

O entorno político de Bolsonaro teme que Cid faça uma delação premiada e conte o que sabe em troca de relaxamento de eventual pena. Ao longo dos 4 anos de mandato, Cid, tenente-coronel do Exército, foi um dos assessores mais próximos do ex-presidente.

"Ele [Cid] é um excelente oficial do exército brasileiro, jovem ainda, forças especiais, comandos, paraquedistas, primeiro lugar de quase todo curso que fez, tem dado o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado. E cada um siga a sua vida", afirmou Bolsonaro.

"Falando de vacina minha, não tinha exigência de eu entrar nos Estados Unidos e estar vacinado", completou.

Eleições 'superadas'
Bolsonaro afirmou que as eleições de 2022 estão superadas.

O ex-presidente disse que pretende "colaborar" com o país, apesar de não "simpatizar" com o atual governo.

Afirmou ainda que só vai discutir as eleições de 2026 depois de 2024, quando são disputadas as prefeituras.

"Nós queremos é colaborar para que o Brasil não fracasse, não afunde. Repito, eleições de 22 página virada. Temos conversado com o partido [PL] para a gente ver a nossa estratégia para o ano que vem, prefeitos e vereadores pelo Brasil todo. 26 só se discute depois de 24. Trazer para normalidade, sem rancor da nossa parte".

De acordo com ele, a bancada do PL não vai dificultar a votação da nova regra fiscal na Câmara.

"Está votando aqui o arcabouço fiscal. Não é da nossa parte ideia de impedir qualquer votação. PL é um partido grande na Câmara, são 99 parlamentares. A gente não vai fazer uma reação, uma oposição radical. Não é isso. A gente vai ajudar, apesar de não simpatizarmos com o governo que já sabemos como agiu no passado".

Joias sauditas
Bolsonaro foi questionado sobre as joias, avaliadas em R$ 16 milhões, presenteadas pelo governo da Arábia Saudita. O ex-ministro de Minas e Energia afirmou que o pacote com diamantes iria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

A equipe de Bento Albuquerque, em 2021, voltando do Oriente Médio, tentou entrar no país sem declarar as joias, o que é ilegal. O pacote foi retido pela Receita Federal.

"Ela [Michelle] nunca viu as joias. Joias nunca passaram pelas minhas mãos e pelas mãos dela", afirmou.

Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, orientando que despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de parentes fossem pagas em dinheiro vivo.

"Quando mexe com familiar, minha esposa no caso, é um negócio muito pessoal. Ela desconhecia uma organização enorme ao redor dela, tem quatro calhamaços de notas fiscais com todas as compras pessoais feitas por nós em 2019, 2020, 2021 e 2022. As compras dela eram absorvente, roupinha pra filha, manicure, cabeleireiro, é isso. Eu sacava em média R$ 20 mil por mês, além de outras coisas que eu pagava na minha conta pessoal, de presidente da República R$ 33 mil e de exército R$ 12 mil. Eu nunca usei o cartão corporativo meu que eu podia sacar até R$ 17 mil por mês. Nunca paguei uma conta sequer naquele cartão", comentou o ex-presidente.

Atos golpistas de 8 de janeiro
Bolsonaro disse que "repudiou" a ação de seus apoiadores que depredaram os prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. "O 8 de janeiro. No 8 de janeiro, eu repudiei as ações, não podia admitir realmente o que aconteceu, uma agressão às instituições democráticas", declarou.

g1
Portal Santo André em Foco

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