O presidente Jair Bolsonaro retornou nesta segunda-feira a Brasília, após passar nove dias em São Paulo para realizar uma cirurgia, e afirmou que reassumirá a Presidência nesta terça-feira. A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto havia informado que Bolsonaro reassumiria somente na quinta-feira, e que o vice-presidente Hamilton Mourão continuaria como interino até lá.
Ao chegar no Palácio da Alvorada, Bolsonaro desceu do carro com a ajuda de um segurança e disse que só estará "100%" depois da sua viagem aos Estados Unidos, na próxima semana, para participar da Assembleia-Geral da ONU. Ele afirmou ainda que irá sancionar nesta terça um projeto que estende a posse de arma para toda a propriedade rural.
— Tudo bem, graças a Deus. Tudo bem. Volto à atividade 100% depois dos Estados Unidos. Vou para a ONU — disse Bolsonaro. — Amanhã eu reassumo. Amanhã eu reassumo a Presidência e sanciono a lei do porte estendido para o pessoal do campo.
Apesar de Bolsonaro ter utilizado a palavra "porte", que se refere ao direito de andar com uma arma, o projeto em questão trata da posse, o direito de ter uma arma em casa. Já para residências em área rural, a proposta amplia o conceito de posse, permitindo, por exemplo, a um fazendeiro ou produtor rural andar com uma arma em toda a sua fazenda, e não apenas na sua casa.
O prazo para sanção termina nesta terça. Bolsonaro não adiantou se irá sancionar integralmente a proposta, por ainda não ter lido, mas disse que não irá tolher "ninguém de bem" a ter uma arma.
— Não vi o projeto. Vou ver amanhã. Não vou tolher mais ninguém de bem a ter sua posse ou porte de arma de fogo.
Na viagem à ONU, o presidente cancelou ao menos três encontros bilaterais que estavam previstos para ocorrer durante a 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas , em Nova York, na próxima semana. As reuniões com o Brasil haviam sido solicitadas por Peru, Ucrânia e África do Sul, segundo informaram ao GLOBO integrantes do Palácio do Planalto e do Itamaraty.
Os encontros ainda não estavam confirmados com os três chefes de Estados, mas foram suspensos após recomendação médica para que Bolsonaro encurtasse a agenda em Nova York. Após nove dias internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, Bolsonaro retornou nesta tarde de segunda-feira para Brasília.
Recomendações médicas
Segundo o médico Antônio Antonietto, diretor do Hospital Vila Nova Star, o presidente permanecerá com uma dieta cremosa — semelhante a alimentos para bebês, que não exigem mastigação.
— O presidente veio com uma melhora progressiva, foi aceitando a alimentação oral. A alimentação parenteral endovenosa também foi retirada. Os cuidados agora devem permanecer quando ele sair do hospital — disse Antonietto.
Na sexta-feira, o presidente deverá ser novamente reavaliado pela equipe do gastroenterologista Antônio Luiz Macedo. O checkup será feito no DF Star, unidade da rede D'Or, que fica no final da Asa Sul, em Brasília. É um hospital de alto padrão, com 30 leitos de UTI e sete salas cirúrgicas. Ele faz parte da rede Vila Nova Star, onde Bolsonaro permaneceu internado após passar pela cirurgia para correção de uma hérnia incisional.
Sob a orientação da equipe médica de São Paulo, o presidente fará um raio X simples e exames de sangue para garantir se estará apto a embarcar no próximo dia 23 para Nova Iorque, onde participa de evento da ONU.
Para o médico Antônio Luiz Macedo, não deve existir nenhuma limitação tanto para a viagem quanto para o discurso que o presidente fará nos Estados Unidos. A ideia do médico é autorizar o presidente a retornar a dieta comum após o exame que fará em Brasília nesta sexta-feira. Nos próximos dias, Macedo disse que é recomendável que o presidente não faça muito esforço, inclusive para falar.
— Se Deus quiser, daqui a oito dias ele pode fazer discurso à vontade – disse.
Além da recomendação para repouso, o presidente deverá continuar com caminhadas nos próximos dias para auxiliar a retomada dos movimentos intestinais.
O Globo
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