Após deixar a prisão, no início da tarde desta quarta-feira, na sede do Comando de Policiamento do Choque, onde ficou seis dias, o ex-presidente Michel Temer disse que tem "expectativa positiva" em relação à sua situação jurídica. E contou ter esperado com "tranquilidade e serenidade" o julgamento do habeas corpus, na terça-feira, pelo Superior Tribunal de Justiça ( STJ ).
— Tem duas palavras que eu quero dar. A primeira é que vocês se lembram que eu aqui, neste mesmo local, disse que, em obediência ao TRF do Rio, me apresentaria à PF, e foi o que eu fiz. Em segundo lugar, eu disse que aguardaria com toda tranquilidade e serenidade a decisão do STJ, que saiu no dia de ontem — disse Temer, passando a palavra para seu advogado, Eduardo Carnelós.
— Temos convicção de que todas as acusações serão destruídas, porque não tem nenhuma prova (contra Temer), está tudo calcado em palavras de delatores — disse Carnelós, que continuou:
— Há uma diferença entre fato e opinião. Não há dúvida de que há uma evidente determinação em perseguir o presidente Temer.
Temer deixou o Batalhão de Choque da Políicia Militar, no centro de São Paulo, às 13h30 desta quarta-feira. A liberdade de Temer foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por unanimidade no dia anterior . O emedebista foi escoltado por batedores até o bairro de Pinheiros, onde mora.
De acordo com a decisão judicial, Temer deverá entregar o passaporte à Justiça , terá bens bloqueados e não poderá manter contato com outros investigados, mudar de endereço, deixar o país ou ocupar cargos de direção partidária. O julgamento de terça-feira também soltou o coronel reformado João Baptista Lima Filho, amigo de Temer.
Carnelós não acredita que novo pedido de prisão seja expedido pela Justiça contra o ex-presidente.
— Não temo isso. Não vejo razão nem risco para uma nova prisão — afirmou o advogado.
Carnelós explicou que a confiança nisso se dá por conta da decisão do STJ que tirou Temer da prisão.
— A partir da decisão do STJ, fica estabelecido que não há fundamento para manter o ex-presidente preso. A decisão foi de uma firmeza grande e votos contundentes. Nesse sentido aguardamos que possamos apresentar nossa defesa contra as acusações e tudo será decidido obedecendo a lei e os as garantias constitucionais - disse o defensor.
Ele também repetiu críticas feitas durante o julgamento no STJ por ministros ao cobrar juízes "imparciais e não combatentes".
O Globo
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