O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou nesta sexta-feira (7) em uma rede social que o país agradece os "esforços" do presidente Lula para tentar pôr fim à guerra na região, acrescentando que o país não cederá "um centímetro" de terra à Rússia.
Nesta quinta (6), Lula afirmou durante café da manhã com jornalistas que o presidente russo Vladimir Putin "não pode ficar com o terreno" invadido na Ucrânia, mas que "talvez nem se discuta a Crimeia", uma das regiões ucranianas invadidas pela Rússia.
A anexação da Crimeia pela Rússia aconteceu em 2014, mas a guerra na região começou no ano passado, após tropas russas invadirem outras localidades.
"A Ucrânia agradece os esforços do presidente do Brasil para encontrar uma solução para parar a agressão russa. Ao mesmo tempo, temos de notar claramente: a Ucrânia não comercializa os seus territórios", publicou Nikolenko.
"Não há nenhuma razão legal, política ou moral pela qual temos de ceder pelo menos um centímetro de terra ucraniana", acrescentou.
Lula tem defendido que haja um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. O presidente brasileiro tem afirmado ser necessária a criação de um "clube da paz", formado por países responsáveis pelas negociações.
O colunista do g1 Valdo Cruz informou que, nesse contexto, o assessor especial de Lula para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, foi à Rússia discutir a guerra com assessores de Putin.
Ucrânia não quer paz 'a qualquer custo'
Em fevereiro deste ano, quando a guerra completou um ano, o representante da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse que o país não aceitará a paz na região "a qualquer custo".
Segundo Tkach, um eventual acordo com a Rússia depende da saída das tropas de Vladimir Putin dos territórios ucranianos.
"A Ucrânia está se defendendo no seu próprio território, defendendo seus cidadãos. A Ucrânia deixou claro que não aceitará a paz a qualquer custo. Não vamos concordar com nada que mantenha os territórios ucranianos ocupados e coloque nosso povo em dependência da vontade do agressor" declarou Tkach na ocasião.
g1
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