O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (12) que está "convencido" de que as portas do Palácio do Planalto foram abertas para a entrada de terroristas que depredaram a sede do Poder Executivo no último domingo (8).
O petista deu a declaração durante café da manha com jornalistas que fazem a cobertura da Presidência da República em Brasília.
Lula afirmou que está "esperando a poeira" dos ataques terroristas "baixar" e que ainda quer assistir às imagens registradas pelas câmeras de segurança do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
Para o petista, teve "muita gente" da Polícia Militar do Distrito Federal e das Forças Armadas que foi "conivente" com os criminosos.
"Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse porque não tem porta quebrada. Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui. Nós vamos com muita calma investigar e ver o que aconteceu de verdade", declarou Lula.
No dia dos atos terroristas em Brasília, Lula editou decreto determinando a intervenção federal na segurança pública do DF. A medida foi avalizada pela Câmara e pelo Senado.
Após as cenas de destruição em Brasília, a polícia, o governo do DF e as Forças Armadas foram criticados pela atuação diante do vandalismo promovido pelos golpistas.
Vídeos que circularam nas redes sociais mostram o que parece ser a conivência de policiais com a minoria bolsonarista radical. Em um deles, um grupo de policiais abre passagem e observa enquanto os vândalos invadem o prédio do Congresso.
Depois dos episódios de vandalismo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado da função por 90 dias pelo STF.
Anderson Torres, ex-ministro de Jair Bolsonaro, foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do DF e alvo de ordem de prisão. Já o ex-comandante da PMDF coronel Fábio Augusto foi preso.
'Triagem profunda'
Ele também afirmou que pretende fazer uma "triagem profunda" para identificar militares que ocupam cargos no governo e, então, formar um "gabinete civil".
"Nós estamos no momento de fazer uma triagem profunda, porque a verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares, e nós queremos ver se a gente consegue corrigir para que a gente possa colocar funcionário de carreira, de preferência funcionários civis, ou que estavam aqui ou que foram afastados, para que isso aqui se transforme em um gabinete civil", afirmou Lula.
g1
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