O presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira (18) que ficará agradecido se o empresário José Seripieri Junior, fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, preso em julho de 2020 em um desdobramento da Operação Lava Jato, oferecer mais caronas no jatinho particular dele.
Nesta semana, Serpieri levou Lula ao Egito para que o presidente eleito participasse da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27). O petista disse que aceitou a carona porque não teria como bancar as despesas com a viagem para o país africano.
"Fui convidado pelos governadores da Amazônia para ir à COP27, mas os estados não podiam arcar com a minha despesa. Fui convidado pelo presidente do Egito, mas ele também não pagaria a minha despesa. E eu tinha um amigo que queria ir à COP e tinha um avião, e eu fui com ele. Um avião novo, de boa qualidade, com muita segurança. É importante lembrar que o presidente eleito tem que cuidar da sua segurança. Segurança é uma coisa séria, e quem tem responsabilidade de cuidar somos nós", afirmou.
"Sou grato ao meu amigo que foi comigo e emprestou o avião. E espero que ele esteja disposto em outras oportunidades, antes de eu assumir como presidente, porque depois eu não vou poder. Se eu tiver uma viagem e ele quiser me emprestar [o jatinho], eu vou agradecer", acrescentou.
Lula aproveitou a oportunidade para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), dizendo que o chefe do Executivo poderia ter disponibilizado uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para levá-lo ao Egito. "Se o Estado brasileiro fosse democrático e a gente tivesse um presidente responsável, quem sabe ele tivesse oferecido um avião da FAB para me levar. Mas paciência."
Lula deu as declarações após um encontro em Lisboa com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa.
O voo particular de Lula ao Egito foi uma recomendação da equipe da Polícia Federal que faz a segurança do presidente eleito. Outra vantagem da aeronave foi a facilidade em garantir a segurança de Lula, já que ela tem autonomia para chegar ao destino sem realizar paradas para abastecimento.
A aeronave que levou Lula, do modelo Gulfstream Aerospace GVII-G600, é avaliada em quase 58 milhões de dólares (R$ 306 milhões). Ela tem capacidade para transportar até 18 passageiros, além dos dois tripulantes. A reportagem apurou com fontes ligadas ao PT que a saída mais viável foi aceitar a carona no jatinho de Seripieri, que ainda levou no mesmo voo a futura primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).
R7
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