O coordenador dos grupos técnicos da equipe que faz a transição de governo, Aloizio Mercadante (PT), afirmou nesta sexta-feira (18) que o ministro da Defesa do futuro governo Lula será um civil.
Mercadante deu a declaração ao conceder entrevista coletiva na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde atua a equipe de transição.
"O presidente [Lula] já disse isso publicamente, que o ministro da Defesa será um civil. Foi no governo dele e será [no novo mandato]", declarou Mercadante.
Criado em 1999, o Ministério da Defesa foi chefiado por civis nos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff. Em 2018, último ano do governo Michel Temer, a pasta passou ser comandada por militares.
O governo Jair Bolsonaro, que assumiu em 2019, também manteve militares à frente do ministério nos últimos quatro anos.
Ministério da Defesa nos governos anteriores
Em 2003, primeiro ano de mandato de Lula, o diplomata José Viegas Filho assumiu o cargo de ministro da Defesa. Filho permaneceu no cargo até 2004, quando foi sucedido pelo então vice-presidente, José Alencar, que chefiou a pasta até março de 2006 e foi sucedido pelo ex-governador da Bahia Waldir Pires.
Em 2007, no segundo mandato de Lula, assumiu o cargo o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, que permaneceu na função até agosto de 2011 (já no governo Dilma Rousseff).
Quando Jobim deixou o cargo, o diplomata Celso Amorim assumiu a função, permanecendo à frente do ministério até 2014, ano em que o ex-governador da Bahia Jaques Wagner assumiu o posto. Wagner ficou menos de um ano no cargo e foi sucedido por Aldo Rebelo, que seguiu na pasta até maio de 2016, quando a então presidente Dilma foi afastada em razão do processo de impeachment.
Quando Michel Temer assumiu como presidente em exercício, nomeou o ex-deputado Raul Jungmann para o posto. Jungmann permaneceu no cargo até fevereiro de 2018.
Primeiro militar assume a pasta
Já na gestão do presidente Michel Temer, após a saída de Jungmann, assumiu Joaquim Silva e Luna, general de exército da reserva do Exército Brasileiro.
Já no começo da gestão de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, Fernando Azevedo e Silva, general do Exército, foi nomeado. Ele seguiu no cargo até março de 2021, quando foi substituído por Walter Braga Netto, também general do exército, que ficou no cargo até o fim de março deste ano. Ele concorreu na chapa do presidente Bolsonaro nas eleições deste ano como vice-presidente.
Braga Netto foi substituído pelo general do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que está no comando da Defesa até os dias atuais.
Grupo de transição na defesa
O ex-senador Aloizio Mercadante também informou nesta sexta-feira, no CCBB, que o grupo de transição na área da defesa deve ser anunciada na próxima segunda-feira (21). Segundo ele, será um grupo "representativo para essa tarefa que é o diálogo com as forças armadas".
"Acho que vocês vão ter uma bela surpresa. Acho que está muito bem construído o grupo. Pela composição do grupo, pela representatividade, pela estatura das pessoas que vão participar, vai ser uma excelente solução", declarou.
g1
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