O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se virtualmente nesta terça-feira (18) com políticos aliados e comunicadores da coligação de que faz parte. Ele discursou por cerca de 10 minutos e acusou Jair Bolsonaro (PL), adversário na corrida presidencial, de utilizar o aplicativo de mensagens WhatsApp como "grande arma" para "passar mentiras".
No pronunciamento, transmitido via internet, Lula disse a apoiadores que não basta desmentir os conteúdos falsos que circulam nas redes, mas que é necessário rebatê-los com "coisas positivas".
Entre os participantes da reunião virtual, estavam a candidata derrotada do MDB, Simone Tebet; os deputados federais eleitos Guilherme Boulos (PSOL-SP) e André Janones (Avante-MG); e Manuela D'Ávila (PC do B), que foi candidata a vice na disputa presidencial de 2018.
"Nós dependemos muito de vocês. Cada companheiro que trabalha a comunicação digital, cada companheira que trabalha com essa coisa do zap. É preciso que a gente tenha a noção que o zap é a grande arma que ele [Bolsonaro] utiliza para passar as suas mentiras", afirmou o candidato do PT.
"É preciso que, ao rebater as mentiras, a gente passe mensagens das coisas positivas que existem e vão existir neste país. Parte das propostas ,do plano de governo, parte das coisas que fizemos. É preciso que a gente coloque em cada resposta a uma crítica, uma proposta, para que o povo saiba que nós sabemos o que fazer quando ganharmos as eleições. A gente não pode ficar apenas como se fosse alvo, com um escudo, tentando rebater as críticas. É pouco", acrescentou o ex-presidente.
Lula citou como exemplo a informação falsa que circulou nas redes sociais de que, se for eleito, vai fechar igrejas. E lembrou que, em 2003, como presidente, regulamentou em lei a liberdade religiosa no país.
"É só mostrar o que a gente fez. Ele [Bolsonaro] sabe disso, mas ele conta essa mentira todo santo dia, e isso vai parecendo que é verdade. E nós não podemos só ficar repetindo que o Lula não vai fechar igreja. Nós temos prova histórica. Eu fui presidente oito anos, não fui oito dias. A Dilma Rousseff foi presidenta quase seis anos. Nós temos história de que a nossa relação com a igreja, a nossa relação religiosa, é a mais democrática e a mais saudável possível", afirmou.
O ex-presidente também declarou aos apoiadores que é "mais fácil" acreditar em mentira, mas que a verdade "compensa" e vencerá as eleições.
"Só interessa discutir a verdade. Não acredito em um governo que ganhe a eleição mentindo governe seriamente este país", disse. "Esse cara gasta muito dinheiro para contar muita mentira. E nós gastamos pouco dinheiro para contar a verdade. Mas tenho certeza que, como sempre, a verdade vencerá", disse.
Em outro momento do discurso, Lula lembrou que recentemente o governo Bolsonaro liberou a tomada de empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil. A equipe do candidato do PL aposta na medida – que teve alta adesão nos primeiros dias em vigor – pode ajudar a virar votos na disputa presidencial. Para Lula, no entanto, a ação do adversário tem potencial de aumentar o endividamento de famílias de baixa renda.
O petista destacou ainda que, embora Bolsonaro prometa manter o Auxílio Brasil em R$ 600, a proposta orçamentária de 2023 enviada ao Congresso prevê o benefício no valor de R$ 405.
Estratégias
Na reunião, Boulos, Janones e Manuela D'Ávila – políticos com forte presença nas redes sociais – indicaram estratégias que a militância petista precisa adotar, como resposta a bolsonaristas, na internet.
Boulos disse que os apoiadores de Lula precisam elaborar materiais que sirvam de "antídotos rápidos de resposta às fake news". "Muitas vezes, os bolsonaristas falam atrocidades e mentiras, e acabam não tendo resposta", pontuou.
Ele também afirmou que faz parte da estratégia bolsonarista "criar" distrações, para tirar o "foco" das questões fundamentais da campanha – como propostas e falhas na gestão do candidato à reeleição.
André Janones disse que os lulistas devem focar no "verdadeiro" adversário do candidato do PT, o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse ter visto nesta segunda-feira (17) apoiadores de Lula atacando cantores sertanejos que foram ao Palácio da Alvorada declarar apoio a Jair Bolsonaro, o que considerou um "equívoco".
"A gente não tá disputando a eleição com o Zezé Di Camargo, com o Leonardo. Partir com ataque a eles pode gerar efeito negativo", avaliou o deputado.
Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Manuela D'Ávila disse que a campanha de Lula deve neste momento se empenhar em convencer os eleitores a comparecerem às urnas.
"As pessoas se sentem desmotivadas a votar. Cada vez mais, o povo valoriza menos o seu voto como arma capaz de enfrentar a desigualdade, a miséria e a fome. O nosso foco deve ser: 'vamos votar'", afirmou a ex-deputada federal.
Manuela também disse ser hora de "lacrar" menos e "conversar" mais com os indecisos. E que é preciso combater conteúdos que gerem "medo" na militância. "A mensagem tem que ser: o que enfrenta a violência é gente na rua", afirmou.
g1
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