Em aparição surpresa durante o evento conservador CPAC Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse, neste domingo (12), que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo no país e voltou a defender a participação dos militares no pleito eleitoral deste ano.
"A politização das Forças Armadas tem que existir, mas não para fins de interesses partidários. Nós queremos as Forças Armadas isentas, mas nós sabemos e é muito importante o que eu vou dizer agora, que as Forças Armadas aqui no Brasil são o último obstáculo para o socialismo", disse.
"Se elas forem vencidas, pode esquecer que entra o socialismo, que entra o comunismo com força. E eu posso garantir para vocês, como presidente da República e chefe das Forças Armadas, que elas nunca tiveram desse lado e nunca flertaram com esse lado", completou.
Na sequência, voltou a defender a participação das Forças Armadas nas eleições deste ano e saiu em defesa da contagem simultânea de votos e do ofício enviado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, ao Tribunal Superior Eleitoral.
No documento, o titular reclama que as Forças Armadas não se sentem prestigiadas pela Corte, já que sugestões de melhorias para o sistema eleitoral dadas pelos militares não foram acatadas. Em 2021, os militares foram convidados pelo TSE para integrar a Comissão de Transparência das Eleições.
Os militares encaminharam sete propostas ao TSE, mas Nogueira ponderou que até hoje a Corte não analisou os pontos "por ter sinalizado que não pretende aprofundar a discussão". O ministro da Defesa ainda cobrou o tribunal para que seja mais aberto à realização de auditorias independentes pelos partidos políticos, como deseja Bolsonaro e sua legenda, o PL, que apresentou à Corte empresa para auditar o pleito deste ano.
No evento conservador, que é organizado por seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o presidente da República relatou ter concordado com o ministro da Defesa de que as eleições brasileiras não podem ocorrer sob o 'manto da desconfiança'.
Bolsonaro busca a reeleição e aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No evento, afirmou que a esquerda, sem mencionar nomeadamente o petista, pode voltar ao poder 'das mais variadas maneiras'.
Segundo o presidente, uma das formas era por meio de mentiras. Depois, criticou a atuação do ministro Edson Fachin, presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). "E também de outra forma que é você aparelhar as instituições. Você aciona os seus amigos para tomar providências. Quem é que colocou o Lula na rua? É o Fachin. Quem está à frente do TSE no momento? É o Fachin. É apenas uma dica do que está acontecendo", relatou.
R7
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