Integrantes da cúpula do Ministério Público Federal ouvidos pelo blog avaliam que a falta de iniciativa do procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre as ameaças do presidente Jair Bolsonaro às eleições motivou a reação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nesta segunda-feira, o TSE decidiu por unanimidade abrir inquérito administrativo para apurar os ataques de Bolsonaro à legitimidade das eleições. O tribunal também decidiu pedir para o Supremo Tribunal Federal investigar Bolsonaro no inquérito que apura a disseminação de fake news.
Para subprocuradores da República, a ausência de iniciativa de Aras "não foi por falta de aviso". Em 13 de julho, foi encaminhado a Aras um pedido por escrito para que a instituição apurasse as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas.
A representação recebeu a assinatura de 36 dos 73 subprocuradores. A ação criou uma saia-justa para Augusto Aras e aprofundou a crise interna no órgão.
Bolsonaro tem defendido a adoção do voto impresso, já julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). E chegou a dizer que, sem a impressão do voto, o Brasil pode não ter eleições em 2022.
O ofício dos subprocuradores cobrou de Augusto Aras "atuação efetiva, firme e preventiva" em defesa "da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais" tal como determina a Constituição.
G1
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