O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer, nesta sexta-feira (23/7), que não responderá à carta enviada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 que cobra um posicionamento do mandatário sobre denúncias ao governo de suposta corrupção na compra da vacina Covaxin.
“Primeiro acusam a gente de ter um gabinete, um ministério paralelo. Oras bolas, eu converso com todo mundo. Uma CPI também que depois vai para o lado de apurar contratos inexistentes. E buscam todo o tempo desgastar", apontou, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Bolsonaro disse também que, em vez de enviar uma carta, a CPI poderia ter pedido uma audiência. "Você pode ver: uma das últimas ações deles foi fazer um arrazoado de perguntas, vieram aqui, não falaram comigo, ficaram fazendo um carnaval na imprensa para eu responder rapidamente vários questionamentos da CPI. Eu não vou respondê-los, eu não vou respondê-los, eu não tenho essa obrigação. E outra: poderiam me pedir uma audiência, eu conversaria com eles. Nós sabemos qual a intenção de Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues”, criticou.
O chefe do Executivo voltou a alegar que o presidente da comissão, o senador Omar Aziz e o irmão de Renan Calheiros, Renildo Calheiros fizeram uma emenda com a finalidade de que estados e municípios comprassem vacina sem certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sem licitação.
“No passado, olha só como se desmascara tudo isso aí de forma documental: Emendas de Aziz e Renildo Calheiros do PCdoB, irmão de calheiros tendo como relator uma proposta nossa que tratava sobre saúde relatada por Rodrigues eles queriam que estados e municípios comprassem vacina certificação da Anvisa e sem licitação”.
Ele completou que os membros da CPI tentam culpá-lo por algo que queriam ter feito e justificou ainda que não teme a comissão e que “só Deus” o tira do posto.
“Imagine a festa que seria. Com toda certeza, alguns governadores e prefeitos iam comprar a vacina a qualquer preço e quem ia pagar era o governo federal. Pelo que tudo indica, os seus planos não deram certo, foram frustrados e eles tentam nos responsabilizar daquilo que eles queriam fazer. É uma prova clara, está documentado isso daí. Não temo nada no tocante à CPI. Tenho dito que só Deus me tira daqui. Não é que não vão achar, não tem um só desvio de conduta da minha parte. Estamos há dois anos e meio sem nada de corrupção no governo. Se acontecer, seremos os primeiros a buscar uma maneira de apurar e responsabilizar os possíveis culpados. Estão com saudade do que acontecia no passado, onde a corrupção reinava em nosso país.”
Em live no último dia 8, o chefe do Executivo baixou o nível ao comentar os trabalhos da CPI. Após receber uma carta assinada pelos três senadores que lideram os trabalhos, o mandatário disse: "Sabe qual a minha resposta? Caguei, caguei para a CPI. Não vou responder nada".
Correio Braziliense
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