Novembro 29, 2024

Dois dias depois, Bolsonaro comenta 500 mil mortes por Covid: 'Lamento muito' Featured

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou nesta segunda-feira (21) pela primeira vez sobre as mais de 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil, marca registrada no sábado (19). A fala ocorreu em uma coletiva para a imprensa durante uma agenda em Guaratinguetá, no interior de São Paulo. Apesar do discurso, Bolsonaro defendeu o tratamento precoce, feito com medicamentos sem eficácia contra a Covid, como forma de reduzir o número de vítimas da doença.

"Lamento todos os óbitos, muito. Qualquer óbito é uma dor na família. Desde o começo, o governo federal teve a coragem de falar em tratamento precoce. E alguns até dizem como está sendo conduzida essa questão, parece que é melhor se consultar com jornalistas do que com médicos", disse.

O que Bolsonaro chama de tratamento precoce é uso de medicamentos contraindicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à pandemia. Especialistas internacionais ligados à organização consideram que estes remédios não trazem benefícios na cura e ainda podem levar a sérios danos à saúde do paciente.

Durante a entrevista, Bolsonaro permaneceu de máscara. Diferente do que foi visto pela manhã, enquanto participava de uma solenidade na Aeronáutica na cidade. Ao ser questionado pelos jornalistas, ele arrancou a proteção que usava e ainda ofendeu repórteres. "Você tinha que ter vergonha na cara de prestar um serviço porco que é esse que você faz", disse o presidente.

Desde a tarde de sábado (19), quando o Brasil atingiu a marca de meio milhão de pessoas mortas pela doença, Bolsonaro não havia se manifestado. No mesmo dia em que o país atingiu a marca, a Casa Civil divulgou uma nota com um balanço dos primeiros 900 dias do governo, mas não citou as mortes.

Apesar de lamentar, Bolsonaro reforçou em sua fala o uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da Covid.

"Eu fui um dos raros chefe de estado do mundo que teve a coragem de falar em tratamento precoce. Mais do que isso, eu defendo a liberdade do médico poder tratar o seu paciente. E assim entende o conselho federal de medicina que no meu entender é o órgão adequado para tratar o assunto", concluiu.

Sem máscara
O presidente cumpria uma agenda em Guaratinguetá para acompanhar a formatura na escola da Aeronáutica em Guaratinguetá na manhã desta segunda-feira. O evento foi fechado, mas na chegada ele desceu do carro oficial e, sem máscara, cumprimentou apoiadores que se aglomeravam em frente a escola.

O uso da máscara é exigido no estado de São Paulo com previsão de multa em caso de descumprimento. Em 12 de junho, foi Jair Bolsonaro foi multado em R$ 552,71 por não usar máscara durante um passeio com motociclistas na capital.

Ao ser questionado sobre não ter usado a máscara novamente em ação no estado durante a entrevista com jornalistas, o presidente arrancou a proteção e ofendeu jornalistas. "Eu chego como eu quiser, onde eu quiser. Tá certo?! Eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, não use", disse.

G1
Portal Santo André em Foco

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