O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou nesta terça-feira que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi "ingrato" ao cumprir determinação do Supremo Tribunal Federal para instalar a CPI da Pandemia e, ao mesmo tempo, ignorar decisão proferida ontem pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal que procurava impedir Renan Calheiros (MDB-AL), crítico do governo, de relatar a comissão. Esta foi a primeira crítica do núcleo de Bolsonaro ao presidente do Congresso.
— Quando houve a decisão do Barroso, Pacheco disse: "Decisão não se discute, cumpre-se". Mas, passados alguns dias, a Justiça determina que Renan não pode ser relator, e ele diz que não vai cumprir — disse Flávio Bolsonaro.
Indagado se houve "ingratidão" por parte de Pacheco, apoiado pelo Planalto à presidência do Senado, Flávio afirmou que sim. Esta foi a primeira vez em que Pacheco foi criticado abertamente por um integrante do núcleo de Bolsonaro.
— Entendo que houve ingratidão e falta de consideração por parte do presidente da Casa. Deveria ao menos ter nos procurado para avaliar a conveniência da CPI. No mínimo, deveria ouvir agora o (líder do governo no Congresso) Eduardo Gomes (MDB-TO) para fazer a CPI presencial. Vários passos da CPI deveriam ser presenciais. Por que não acatar essa questão de ordem e esperar todos se imunizarem? Por que essa correria? Em um momento em que todas as comissões estão paradas — argumentou Flávio Bolsonaro.
Horas depois da declaração do senador, o TRF-1 derrubou a decisão do TJ-DF e, citando o princípio de separação dos Poderes, manteve livre o caminho para Renan Calheiros relatar a CPI.
O Globo
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