A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a desconsiderar a veracidade da fala de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, em carta ao jornal Folha de S.Paulo. No comunicado ao veículo, o empreiteiro reiterou que não foi coagido para incriminar Lula. Acusações de Pinheiro foi uma das bases para que o petista fosse condenado no processo do tríplex, que o levou à prisão.
"Na prisão, Pinheiro fabricou uma versão para incriminar Lula em troca de benefícios negociados com procuradores", comentou Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, em nota. Desde o interrogatório do empreiteiro em 2017, a defesa sustenta que ele mentiu para prejudicar o ex-presidente. Os defensores sustentam que Pinheiro sofreu pressões para dar uma versão dos fatos contra Lula.
Na carta à Folha, Pinheiro negou a tese dos defensores de Lula. "Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal", escreveu.
A defesa ainda acusa Pinheiro de ter feito doações em dinheiro para executivos da OAS que alinharam colaborações na Lava Jato. Procurado pelo UOL, o defensor de Pinheiro ainda não se manifestou.
Os advogados de Lula prometem tomar outras medidas judiciais a respeito do caso. Um recurso ainda deve ser analisado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) dentro do processo do tríplex na Corte. Em maio, a 5ª Turma do STJ confirmou a condenação de Lula, mas reduziu sua pena.
No domingo, reportagem da Folha em parceria com o site The Intercept Brasil apontou que os procuradores da Lava Jato tratavam Pinheiro com desconfiança e que o empreiteiro só passou a ganhar crédito junto à força-tarefa após ter mudado versões sobre o tríplex.
"Não há como eu, Léo Pinheiro, ter apresentado versões distintas já que o material probatório é bem anterior à decretação da minha prisão", escreveu o empreiteiro. "O apartamento nunca tinha sido colocado à venda porque o ex-presidente Lula era seu real proprietário."
A defesa de Lula, por sua vez, reafirmou que o petista "não teve direito um julgamento justo, imparcial e independente".
UOL
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