O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que determinar a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 seria uma "irresponsabilidade" porque vacina ainda é "experimental". Bolsonaro disse, no entanto, que não está fazendo "campanha contra" o imunizante.
O governo federal só aplicará vacinas que tenham a eficácia comprovada pela Agência Nacional e Vigilância Sanitária (Anvisa). Ou seja, os imunizantes não são "experimentais", como disse o presidente.
— Não estou fazendo campanha contra a vacina. Agora, é uma vacina experimental. Então, a obrigatoriedade fica sendo uma irresponsabilidade — afirmou Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que o poder público declare obrigatória a vacinação contra a Covid-19, desde que as pessoas não sejam forçadas a se submeter à imunização contra a vontade própria. Os ministros declararam que a obrigatoriedade deve ser imposta por meio indireto — ou seja, quem não tomar a vacina pode ser impedido de frequentar determinados lugares, como escolas e transporte público.
Existem dois tipos de registros possíveis pela Anvisa. O primeiro é o registro definitivo, que é o padrão da agência e permite a aplicação em toda a população e a comercialização do imunizante. O outro tipo é a autorização emergencial, criada em dezembro pela Anvisa justamente para acelerar a análise de vacinas contra o novo coronavírus, e que permite a vacinação de um grupo específico.
Os únicos dois pedidos feitos até agora — pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan — foram para autorizações emergenciais. A Anvisa deve anunciar o resultado das duas análises no domingo, e o Ministério da Saúde espera iniciar a vacinação na quarta-feira.
Na mesma conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que a situação em Manaus é "terrível", mas que o governo federal fez a sua "parte". O Amazonas sofre com falta de oxigênio hospitalar.
— Problema em Manaus. Terrível o problema lá. Agora, nós fizemos a nossa parte. Hoje as Forças Armadas deslocaram para lá um hospital de campanha. O ministro da Saúde esteve lá na segunda-feira, providenciou oxigênio.
G1
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