O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta quinta-feira (26) que o atual valor do salário mínimo pago aos trabalhadores brasileiros "está baixo", mas afirmou que não existe a possibilidade de aumentar a remuneração. "Não tem de onde tirar dinheiro", disse.
"[O aumento do mínimo] reflete diretamente nos [ganhos de] aposentados e pensionistas. Reflete no pessoal do BPC (Benefício de Prestação Continuada]. Não sei o montante, mas são dezenas de bilhões de reais que se gasta com isso", analisou o presidente durante live transmitida nas redes sociais.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo dos trabalhadores brasileiros deveria figurar na casa dos R$ 5.005,91 em outubro.
Para 2021, a proposta do governo prevê um aumento de 4,02% (+R$ 42,84) no salário mínimo dos brasileiros, que deverá aumentar dos atuais R$ 1.045 para R$ 1.087,84. O reajuste leva em conta apenas o repasse do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, que deverá encerrar 2020 em 4,1%, e não deve resultar em ganho real aos profissionais.
Bolsonaro também defendeu a flexibilização de normas trabalhistas e afirmou que é contra "acabar com os direitos". "Que não me acusem de querer acabar com os direitos trabalhistas", pediu o presidente.
Ele ainda lembrou a proposta de reforma aprovada durante o governo do ex-presidente Michel Temer e disse que os empresários olham sempre para os encargos antes de contratar novos profissionais. "Flexibilizar não quer dizer acabar", disse.
R7
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