O presidente Jair Bolsonaro disse aos líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo, o G20, que se reúnem virtualmente neste final de semana, que o Brasil é responsável por menos de 3% da emissão de carbono do mundo, mesmo sendo uma das 10 maiores economias do globo.
Ele apresentou este dado depois de apresentar outros números relacionados ao meio ambiente. "O que apresento aqui são fatos, e não narrativas. São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar", alfinetou.
Bolsonaro fez estas afirmações durante evento paralelo organizado pela presidência da Arábia Saudita sobre a economia de baixo carbono. "Para promover o desenvolvimento sustentável, reconhecemos a contribuição do conceito de Economia Circular de Baixa Emissão de Carbono, baseada nos '4Rs': Reduzir, Reutilizar Reciclar, Remover", disse o presidente.
Segundo ele, o esforço do G20 deve ser concentrado no primeiro 'R', que é a "Redução" das emissões de carbono. "Por isso, também nesse aspecto, mais uma vez tenho orgulho de dizer que o Brasil possui a matriz energética mais limpa entre os países integrantes do G20", destacou, acrescentando que mantém o compromisso de continuar a preservar o patrimônio ambiental doméstico.
Bolsonaro disse que seu governo também mantém a determinação de buscar o desenvolvimento sustentável em sua plenitude, de forma a integrar a conservação ambiental à prosperidade econômica e social. "O hino nacional de meu País diz que o Brasil é gigante pela própria natureza. Estejam certos de que nada mudará isso. Vamos continuar protegendo nossa Amazônia, nosso Pantanal e todos os nossos biomas", citou.
Ao final de sua participação, o presidente brasileiro disse a contrapartes que contassem com o País e com o povo brasileiro para tornar o mundo "realmente mais desenvolvido e mais sustentável".
Revolução agrícola
Os demais líderes do G20 ouviram do presidente brasileiro que, nos últimos 40 anos, o País passou da condição de importador de alimentos para o patamar de um dos maiores exportadores agrícolas do mundo. Esse processo de transformação da agricultura nacional, de acordo com ele, resulta de décadas de inovação e desenvolvimento, incorporando grandes ganhos tecnológicos em eficiência e produtividade. "Hoje, nosso País exporta volume imenso de produtos agrícolas e pecuários sustentáveis e de qualidade. Alimentamos quase um bilhão e meio de pessoas e garantimos a segurança alimentar de diversos países", citou.
Bolsonaro também ressaltou que essa "verdadeira revolução agrícola" no Brasil foi realizada utilizando apenas 8% das terras domésticas. "Por isso, mais de 60% de nosso território ainda se encontra preservado com vegetação nativa", enfatizou. E disse ainda que, durante os "desafiadores meses da pandemia", a agropecuária brasileira se manteve ativa e crescentemente produtiva. "Honramos todos os nossos contratos", reforçou.
As preocupações em relação ao desmatamento no Brasil têm sido argumentos para que um acordo de livre comércio entre Mercosul e UE (União Europeia) progrida. Há 20 anos em discussão, finalmente as partes chegaram a um consenso no ano passado, mas o documento precisa ser ratificado pelos 27 membros da UE e também os do Mercosul.
A França tem sido um dos principais obstáculos ao tratado. "Tenho orgulho de apresentar esses números e reafirmar que trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação, bem como para repelir ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis", afirmou durante o encontro virtual.
O governo brasileiro vem sendo muito criticado por sua atuação em relação ao meio ambiente, mas Brasília acredita que as informações é que chegam equivocadas no exterior. Como vem registrando o Broadcast, o Itamaraty pediu a seus embaixadores e demais diplomatas no exterior que tivessem uma postura mais proativa em relação à imprensa internacional, para passar aos veículos de comunicação dados oficiais.
Sustentabilidade
O mundo tem olhado para a agenda ambiental brasileira por causa das polêmicas em torno da administração das florestas tropicais, em especial da Amazônia. Alguns investidores internacionais já alertaram o Palácio do Planalto sobre a necessidade de ampliar a proteção ambiental feita no País sob o custo de tirarem seus recursos do território nacional.
Algumas cadeias varejistas gigantes, principalmente da Europa, também têm condicionado a continuidade das compras de produtos domésticos a certificações de origem das matérias-primas.
A discussão do G20 sobre sustentabilidade ocorre no evento paralelo organizado pela presidência da Arábia Saudita "Salvaguardando o planeta: a abordagem CCE", sigla em inglês para economia circular do carbono. O encontro é fechado à imprensa, mas sete líderes do grupo gravaram depoimentos sobre a área que já foram divulgados pelo G20.
"O Brasil é um país resiliente. Queremos um futuro de desenvolvimento sustentável e repleto de oportunidades para a nossa população", disse Bolsonaro. Ele afirmou que seu governo tem promovido a abertura da economia, com vistas a uma maior integração do Brasil aos fluxos de comércio e investimento mundiais. Para o presidente, são demonstrações do empenho os acordos comerciais negociados pelo Mercosul com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio, a EFTA.
Bolsonaro também mencionou o início das tratativas com a Coreia do Sul e com o Canadá e os acordos firmados entre o Brasil e Estados Unidos sobre facilitação do comércio, boas práticas regulatórias e combate à corrupção. "Estamos construindo um País aberto para o mundo, disposto, não apenas a buscar novos acordos comerciais, mas também a assumir novos e maiores compromissos nas áreas do desenvolvimento e da sustentabilidade."
Agência Estado
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