O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, apresentou nesta sexta-feira (23) a embaixadores dos países signatários da Carta de Amsterdã a meta de reduzir em 50% o desmatamento na Amazônia até 2023. Segundo Mourão, a meta é chegar a 4 mil quilômetros quadrados de desmatamento.
No mês passado, um grupo de oito países europeus enviou carta ao vice-presidente na qual dizem que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros por consumidores do continente.
O documento é assinado pela Parceria das Declarações de Amsterdã, grupo formado por Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Holanda Noruega e Reino Unido. A Bélgica também assinou a carta aberta.
Segundo o vice-presidente é preciso "fazer o impossível" para que o desmatamento caia pela metade em pouco mais de três anos.
“A meta de redução — nós apresentamos ali para eles — é chegar a 2023 com menos da metade do que temos hoje em termos de desmatamento, na faixa de 4 mil quilômetros quadrados, que seriam aqueles números melhores que nós tivemos aí na década passada”, afirmou Mourão.
Entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia foi de 976,2 mil hectares, cerca de 9,76 mil quilômetros quadrados. De janeiro a setembro, o acumulado de focos de incêndio na Amazônia é o maior desde 2010, segundo o Inpe.
Embora o vice-presidente tenha falado em uma meta de redução de 50% do desmatamento, o Plano Plurianual (PPA) diz que devem ser reduzidos em 90% desmatamento e incêndio ilegais em todos os biomas brasileiros, incluindo a Amazônia. O plano, aprovado pelo Congresso em 2019, e que contém objetivos a serem perseguidos pelo governo no quadriênio até 2023, não especifica, em números absolutos, a área que representaria esses 90%.
O Ministério do Meio Ambiente chegou a propor, em um ofício enviado ao Ministério da Economia, a mudança dessa meta e propôs, como nova meta, proteger 390 mil hectares na Floresta Amazônica — cerca de 3,9 mil quilômetros quadrados.
Após a reunião, Mourão disse que os representantes dos países afirmaram que o Brasil avançou com relação às políticas para a Amazônia, mas ressaltaram que é preciso apresentar “melhores resultados”.
“Eles consideram que em termos de questão de desmatamento e combate a ilegalidades o governo está agindo. Agora, precisa apresentar melhores resultados. Isso é uma realidade”, disse.
Sobre a certificação de produtos brasileiros, Mourão afirmou que o governo e o mercado privado sabem da necessidade e que estão trabalhando nisso.
“Hoje, é anseio dos consumidores saber que estão consumindo produtos que não vêm de algum tipo de ilegalidade”, disse.
G1
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