Na tentativa de diminuir a temperatura da crise, o ministro da Justiça, Sergio Moro , decidiu seguir conselho do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e comparecer espontaneamente a uma comissão da Casa para falar sobre as mensagens trocadas entre ele e o procurador Deltan Dallagnol . O depoimento irá ocorrer na próxima quarta-feira, dia 19.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), entregou um documento ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informando que Moro se dispôs a ir à CCJ do Senado para prestar esclarecimentos.
"Manifestamos a nossa confiança no ministro Sergio Moro, certos de que está será uma oportunidade para que ele demonstre a sua lisura e correção como juiz federal, refutando as críticas e ilações a respeito de sua conduta à frente da Operação Lava-Jato", escreveu o líder.
A estratégia, no entanto, foi traçada pelo próprio presidente do Senado, o líder do governo e outros senadores em reunião na noite de segunda. Em meio à crise, Alcolumbre chamou alguns colegas para traçar uma reação à repercussão do material divulgado pelo site The Intercept. Ainda ontem, alguns senadores falaram em criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o assunto.
Alcolumbre foi aconselhado a agir para afastar a crise do Congresso. Para evitar convocações e a pressão pela CPI, o grupo decidiu tentar convencer Moro a comparecer de forma espontânea ao Congresso. O ministro ouviu o conselho e avisou que falaria aos senadores.
A reportagem mostrou mensagens trocadas entre o então juiz federal Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Segundo o site, Moro deu orientações ao procurador sobre como atuar em processos da Lava-Jato, inclusive em um que investigava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Procuradores também teriam discutido como barrar uma entrevista do líder petista à "Folha de S. Paulo", autorizada pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski.
Ministro almoça com senadores
Em meio à crise, Moro almoçou, nesta terça-feira, com senadores do bloco formado pelo DEM, PR e PSC. O encontro já estava marcado já cerca de duas semanas. Ao entrar e sair do gabinete do grupo no Senado, Moro não quis falar com a imprensa. Na saída, havia um forte esquema de segurança para que ele conseguisse sair direto para um elevador e, de lá, para a garagem.
De acordo com o senador Wellington Fagundes (PL-MT), Moro quis falar sobre as mensagens logo no início da reunião, mas foi aconselhado a discutir primeiro questões da pasta. O tema só foi retomado nos minutos finais do encontro. O ministro sugeriu a possibilidade de parte das mensagens que foram expostas terem sido obra de hackers.
O Globo
Portal Santo André em Foco
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