Novembro 22, 2024

Maia desencorajou centrão a embarcar em uma CPI contra Moro

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recomendou a líderes do centrão que não tomassem atitudes imediatas em relação às mensagens trocadas entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol , publicadas pelo site “The Intercept”. O pedido foi reforçado especialmente em relação ao embarque em uma CPI sobre o tema, como a oposição passou a defender assim que o caso veio à tona. O ministro seguiu o conselho de Alcolumbre e vai comparecer espontaneamente ao Senado no dia 19 para prestar esclarecimentos.

Líderes estavam reunidos na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quando o site publicou as reportagens no fim da tarde de domingo. Deputados do MDB, PP, PSDB, PRB, PR, DEM, PTB, Patriota e PSC se debruçaram sobre seus respectivos celulares. Alguns liam trechos em voz alta. O que provocou maior indignação e foi mais comentado posteriormente foi uma mensagem atribuída a Moro em que ele fala sobre “limpar o Congresso”.

Logo de cara, segundo presentes na reunião, já se cogitou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os fatos. O site afirma que Moro deu orientações ao procurador sobre como atuar em processos da Lava-Jato. Coube ao presidente Rodrigo Maia recomendar parcimônia aos colegas. Ele defendeu aguardar para medir a repercussão do caso e analisar o conteúdo com calma antes de uma eventual CPI. O “The Intercept” não publicou a totalidade do material recebido, segundo o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site.

Desde então, líderes do DEM, PP, MDB, PR e PRB foram cautelosos. Não se manifestaram contra Sergio Moro e defenderam, como aconselhou Maia, que era preciso aguardar para conhecer todo o material que seria publicado antes de entrar com um pedido de CPI ou de convocação de Moro à Câmara.

— Os fatos são graves e precisam ser investigados. Mas precisamos ver a íntegra do material antes de tomar qualquer atitude — disse ao GLOBO Wellington Roberto (PB), líder do PR.

Baleia Rossi (SP), líder do MDB, e Elmar Nascimento (BA), líder do DEM, também defenderam que era preciso aguardar a íntegra do material. A oposição, por outro lado, já se movimentou para pedir CPI e convocação do ministro da Justiça. PT, PCdoB, PSOL, PDT e PSB se reuniram na manhã dessa terça-feira para articular uma estratégia conjunta.

Oposição busca apoio
Em reunião na manhã desta terça-feira os integrantes da oposição discutiram como atrair os partidos de centro para a CPI. Os parlamentares formalizaram, também, que vão preparar um requerimento de convocação para que Moro se explique ao Congresso e pediram que o ministro seja afastado do cargo juntamente com os demais magistrados. As medidas foram acertadas em reunião na sede do PSB.

— Concordamos que tem que ter uma CPMI, que o Moro tem que ser convocado urgentemente no Congresso Nacional, que tem que pedir a suspensão do Moro do ministério da Justiça, do Dallagnol e de outros promotores envolvidos — afirmou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

De acordo com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, a equipe de procuradores está “comprometida e as decisões tomadas por eles são deslegítimas” e, por isso, as medidas anunciadas pela oposição são “necessárias pela gravidade da situação”.

— É impossível aceitar no sistema democrático o comportamento do senhor Moro, Dallagnol e sua equipe. Essa convocação para a CCJ e o pedido de afastamento de ambos se impõe nesse momento — afirmou Siqueira.

Ele acredita no apoio de outros parlamentares, inclusive do centrão, à CPMI.

— Acho que outros partidos e mesmo pessoas de diferente partidos poderão se aglutinar em torno da defesa do Estado democrático de direito, que foi ferido com a atitude do Moro e dos procuradores — completou.

O Globo
Portal Santo André em Foco

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