Sem mencionar as operações de busca e apreensão e a quebra de sigilo de aliados no inquérito que investiga atos antidemocráticos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta terça-feira, em nota, que o governo tem adotado cautela apesar do que considera “ataques concretos”. “Do mesmo modo, os abusos presenciados por todos nas últimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os poderes. Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos.”
O presidente disse ainda que o que adversários apontam como “autoritarismo do governo e de seus apoiadores não passam de posicionamentos alinhados aos valores do nosso povo, que é, em sua grande maioria, conservador. A tentativa de excluir esse pensamento do debate público é que, de fato, é autoritária”.
- O histórico do meu governo prova que sempre estivemos ao lado da democracia e da Constituição brasileira. Não houve, até agora, nenhuma medida que demonstre qualquer tipo de apreço nosso ao autoritarismo, muito pelo contrário.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 17, 2020
“Queremos, acima de tudo, preservar a nossa democracia. E fingir naturalidade diante de tudo que está acontecendo só contribuiria para a sua completa destruição. Nada é mais autoritário do que atentar contra a liberdade de seu próprio povo”, diz a nota, que continua: “Só pode haver democracia onde o povo é respeitado, onde os governados escolhem quem irá governá-los e onde as liberdades fundamentais são protegidas. É o povo que legitima as instituições, e não o contrário. Isso sim é democracia”.
No fim do texto, o presidente afirma: “Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade do dos brasileiros”.
Segundo eo presidente, enquanto o conservadorismo tinha sido abolido da política brasileira, governos socialistas cometiam abusos, como entregar o país à violência e à corrupção, ferindo a democracia e destruindo a identidade nacional. Em seguida fez uma referência à facada sofrida por ele durante a campanha eleitoral de 2018. A Polícia Federal concluiu que o autor, Adélio Bispo de Oliveira, agiu sozinho, sem mandante, e a Justiça Federal arquivou o caso.
"Suportamos a todos esses abusos sem desrespeitar nenhuma regra democrática, até mesmo quando um militante de esquerda, ex-membro de um partido da oposição, tentou me assassinar para impedir nossa vitória nas eleições, num atentado que foi assistido pelo mundo inteiro", escreveu.
Bolsonaro listou algumas coisas que, segundo ele, são feitos de seu governo, como a redução dos índices e criminalidade e a eliminação de burocracias.
O Globo
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