O presidente Jair Bolsonaro embarcou de helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), neste domingo, em direção a uma manifestação na Esplanada dos Ministérios. Ao chegar ao local, o presidente, sem usar máscara, caminhou a pé rumo à concentração de manifestantes, que o receberam aos gritos de "mito". O uso de máscaras é obrigatório no Distrito Federal.
Cercado de aliados e seguranças, ele caminhou ao longo de uma grade que o separava de apoiadores. Apesar de manter uma distância da cerca, Bolsonaro se aproximou várias vezes do público e chegou a carregar uma criança no ombro, além de pegar outra no colo.
O Palácio da Alvorada fica a cinco minutos de carro da Praça dos Três Poderes, onde se concentravam os manifestantes. Ainda assim, Bolsonaro mobilizou dois helicópteros da FAB — um servia de escolta, e outro transportava os passageiros — para sobrevoar o local. Nos sobrevoos, Bolsonaro foi aplaudido e fotografado pelos manifestantes.
Havia menos faixas com dizeres antidemocráticos do que em manifestações anteriores. Alguns manifestantes criticavam a "ditadura" do Supremo Tribunal Federal (STF), e um deles tinha um cartaz de apoio à fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, pedindo a prisão de ministros do STF: "Weintraub: Todos na cadeia, 1° STF", dizia. Em outra faixa, havia um pedido de "faxina geral no STF e no Congresso Nacional".
A deputada Alê Silva (PSL-MG), presente na manifestação, disse que os organizadores desaconselharam faixas pedindo um novo AI-5 ou o fechamento do Congresso e do STF.
— Se tivessem faixas de AI-5 ou de fechamento das instituições, dissemos que o presidente não viria — comentou.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ) acompanharam o presidente no voo. Também estavam no grupo que seguiu a pé os deputados federais Carla Zambelli (PSL-SP) e Alê Silva (PSL-MG), além do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, entre outros.
O ministro da Cidadania disse que o governo está estudando como estender o auxílio emergencial aos informais, hoje previsto por apenas três meses. Ele não respondeu, porém, se o valor proposto será de R$ 600, como o Congresso aprovou, ou de R$ 200, como o governo propôs originalmente. Questionado sobre o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril e a acusação de interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, alvo de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o assunto está "superado".
A participação de Bolsonaro na manifestação de apoiadores ocorre após a divulgação do vídeo de reunião ministerial, ocorrida em 22 de abril, apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de que o presidente queria interferir na Polícia Federal, especialmente na superintendência do Rio de Janeiro. Moro se demitiu, alegando que não aceitaria tais atitudes.
As declarações levaram à abertura de uma investigação sobre o caso. O vídeo foi requisitado para auxiliar nas apurações. A gravação foi divulgada por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira. Nas imagens, Bolsonaro diz que vai trocar a segurança no Rio antes que f. sua família e amigos.
A referência, segundo Moro, era sobre a PF. Bolsonaro sustenta que falava de sua segurança pessoal, feita pelo GSI. Apesar de negar querer interferir na PF, o presidente mudou o diretor-geral, o que levou à saída de Moro, e, com isso, trocou o superintendente da PF no Rio.
O Globo
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