O presidente Jair Bolsonaro nomeou o advogado-geral da União André Mendonça como novo ministro da Justiça para o lugar de Sergio Moro, que deixou o governo na sexta-feira. Também foi confirmado o nome de Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). As nomeações foram publicadas no Diário Oficial desta terça-feira. Ramagem é próximo da família Bolsonaro.
As vagas no Ministério da Justiça e no comando da PF ficaram abertas após a saída do ex-ministro Sergio Moro e do ex-diretor-geral Maurício Valeixo. Moro decidiu deixar o governo depois de Bolsonaro exonerar Valeixo. O ex-ministro alegou que o presidente tenta interferir politicamente na PF – o que Bolsonaro nega.
Jose Levi Mello do Amaral Júnior foi nomeado para o cargo de Advogado-Geral da União (AGU).
Mendonça conheceu Bolsonaro em 21 de novembro de 2018, no mesmo dia em que foi escolhido para comandar a Advocacia-Geral da União. O agora AGU chegou ao gabinete do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília pelas mãos de Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência).
De acordo com aliados de Bolsonaro, a escolha de Mendonça pouparia o presidente de críticas sobre suposta tentativa de tutela do Palácio do Planalto sobre a Justiça.
Desde que o ministro da Secretaria-Geral passou a ser apontado como provável substituto de Moro, Bolsonaro tem sido questionado por escolher um amigo da família para o posto. A avaliação de aliados do presidente é a de que o movimento daria força à tese de que o Planalto estaria atuando para ter controle sobre a Polícia Federal e, assim, ter acesso a relatórios de investigações.
André Luiz Mendonça, transformou-se numa espécie de consultor informal da bancada evangélica no Congresso. Pastor da igreja presbiteriana de Brasília, Mendonça tem sido procurado por deputados deste segmento religioso, que buscam apoio jurídico para destravar suas agendas no Parlamento. Uma delas é o projeto contra a criminalização da homofobia — que, em junho, foi enquadrada pelo STF como racismo.
Já Alexandre Ramagem Rodrigues atuou na Lava-Jato do Rio de Janeiro, tem experiência em investigações contra o tráfico de drogas e coordenou a segurança de grandes eventos internacionais. Mas foi por ter coordenado a segurança da campanha eleitoral do então candidato Bolsonaro à Presidência, em 2018, que Ramagem acabou desenvolvendo uma relação de confiança com o presidente e também com seus filhos
G1
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