O presidente Jair Bolsonaro lembrou durante a reunião ministerial nesta terça-feira ser dele a cadeira de presidente da República e ressaltou que o comando que deve ser seguido é o dele. O recado veio dois dias depois de o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, dizer em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que as divergências no discurso do governo no combate ao novo coronavírus “levam para o brasileiro uma dubiedade” em não saber a quem escutar. Durante o encontro, Mandetta não pediu a palavra e ouviu calado as falas do presidente. Em entrevista após a reunião, o ministro disse estar focado em "trabalho".
No rápido discurso na reunião interna, Bolsonaro repetiu o que vem falando desde o início da crise com Mandetta: como mandatário do Presidência, precisa ter suas opiniões consideradas. A auxiliares mais próximos, o presidente relata especial incômodo com o fato de o ministro da Saúde nem sequer apresentar ao Palácio do Planalto os planos de sua pasta para o combate ao coronavírus no país. Bolsonaro disse, mais de uma vez, que mesmo que sua avaliação sobre a Covid-19 não fosse a melhor, ele precisa ser ouvido.
Bolsonaro tem ouvido uma série de aliados para definir quem comandará a Saúde. Como o GLOBO mostrou nesta terça, a cardiologista e pesquisadora Ludhmila Hajjar, diretora de Ciência e Inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e Claudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein, estão entre os cotados.
Além dos 22 ministros, outros nove presidentes de estatais e assessores acompanharam a reunião. Segundo aliados, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, expôs sua preocupação com áreas afetadas com as paralisações, como os pequenos agricultores e também as floriculturas. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, frisou a quantidade de recursos que o governo vem injetando na economia do País durante a crise sanitária. Além de Tereza e Guedes, falaram também os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
Em entrevista após a reunião, Mandetta foi questionado se suas declarações no Fantástico eram uma tentativa de "forçar uma demissão" e respondeu:
- Não vejo nesse sentido. Acho que é mais uma questão sobre a comunicação, sobre como vamos comunicar. É no trabalho que a gente está focado - disse o ministro ao ser questionado sobre o assunto.
O Globo
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