Janeiro 26, 2025
Arimatea

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O Ministério da Educação (MEC) divulgou uma nota no início da tarde sobre as manifestações de hoje (30). Para o ministério, nenhuma instituição pública de ensino "tem prerrogativa legal para incentivar movimentos político-partidários e promover a participação de alunos em manifestações". Segundo a pasta, professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados "a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar".

Nesta quinta-feira, estudantes e representantes de entidades estudantis e de sindicatos de trabalhadores participam, em várias cidades do país e também no exterior, de atos contra o contingenciamento de verbas públicas para universidades federais. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), há previsão de mobilizações em 143 municípios do país. É a segunda vez este mês em que os manifestantes se reúnem em defesa de manutenção de recursos para o ensino superior.

"Vale ressaltar que os servidores públicos têm a obrigatoriedade de cumprir a carga horária de trabalho, conforme os regimes jurídicos federais e estaduais e podem ter o ponto cortado em caso de falta injustificada. Ou seja, os servidores não podem deixar de desempenhar suas atividades nas instituições de ensino para participarem desses movimentos", diz a nota do MEC.

O MEC ressalta ainda que a saída de estudantes, menores de idade, no período letivo precisa de permissão prévia de pais ou responsáveis e que estes devem estar de acordo com a atividade a ser realizada fora do ambiente escolar.

Na noite de ontem (29), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse, em vídeo publicado no Twitter, que o governo "acredita que as manifestações democráticas e pacíficas são direito de todos os brasileiros. Contra ou a favor. O que não pode acontecer é a coação de pessoas, [pessoas] que no ambiente escolar público criem algum constrangimento aos alunos a participarem dos eventos".

De acordo com o ministro, a pasta recebeu cartas e mensagens de pais de alunos dizendo que alguns professores coagiram os estudantes a participarem das manifestações e disseram que irão puni-los caso não compareçam aos atos. "Somos contra qualquer forma de constrangimento, seja de qual for a matriz ideológica", afirmou. Segundo o ministro, isso é ilegal e aqueles que se sentirem agredidos devem enviar as provas do ocorrido por meio do Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal.

Direito à manifestação
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, o governo quer garantir “uma vontade única”. De acordo com ele, as manifestações de hoje revelam a diversidade do povo brasileiro e o descontentamento com as ações do governo federal.

"O que precisamos nesse país, para melhorar a educação é colocar em prática as leis que já conquistamos", defende Araújo. Ele cita, entre elas, o Plano Nacional de Educação (PNE), lei 13.005/2014, que estabelece metas e estratégias desde a educação infantil até a pós-graduação, passando também pela formação e valorização dos professores. Pela lei, as metas devem ser cumpridas até 2024. Entre elas, está o aumento do investimento público em educação pública até o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Atualmente, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2015, esse investimento é de 5%.

Segundo o professor de direito do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) Antonio Escrivão Filho, os argumentos usados pelo MEC para impedir o engajamento de professores, funcionários, pais e alunos é contestável legalmente. Ele destaca que a decisão tomada no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) poderia ser aplicada para legitimar expressões em universidades públicas. Em outubro do ano passado, o STF referendou liminar concedida pela ministra Cármen Lúcia na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 548 para assegurar a livre manifestação do pensamento e das ideias em universidades. Em seu voto, seguido por unanimidade, a relatora salientou que os atos judiciais e administrativos questionados na ação contrariam a Constituição Federal de 1988 e destacou que a autonomia universitária está entre os princípios constitucionais que garantem toda a forma de liberdade.

Contingenciamento
Uma das principais pautas das manifestações é a suspensão do bloqueio de verbas feito na área. As instituições públicas federais tiveram também um contingenciamento de 3,4% dos R$ 49,6 bilhões para 2019. Atualmente, o MEC tem R$ 5,8 bilhões contingenciados, valor estabelecido pelo Decreto nº 9.741, de 29 de março. O valor representa 3,9% do orçamento do MEC de R$ 149,7 bilhões para 2019.

Segundo o MEC, o bloqueio de recursos se deve a restrições orçamentárias impostas a toda a administração pública federal em função da atual crise financeira e da baixa arrecadação dos cofres públicos.

Agência Brasil
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Grupos de estudantes e professores de universidades e institutos federais fazem atos de mobilização, nesta quinta-feira (30) na cidades de João Pessoa, Campina Grande e Esperança, no Agreste, Sousa, Cajazeiras e Patos no Sertão. Eles protestam contra o bloqueio de verbas na educação anunciado pelo governo federal.

Na Universidade Federal da Paraíba, no campus de João Pessoa, a concentração começou por volta das 15h, na entrada do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA). Os manifestantes saíram em caminhada em direção à Praça da Paz, no bairros dos Bancários, pouco antes das 16h30.

No mesmo local, pela manhã, houve uma panfletagem e caminhada de estudantes e professores para dialogar sobre a previdência. A mobilização começou às 8h e terminou por volta das 11h. Os servidores paralisaram as atividades e não houve aula na unidade de ensino.

Em Campina Grande, a concentração dos estudantes e professores começou por volta das 13h, na Praça da Bandeira. Os manifestantes exibiram trabalhos de pesquisa realizados por estudantes das instituições de ensino de Campina Grande.

Os professores e alunos do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) começaram o ato em Sousa por volta das 9h. O grupo montou tendas no Calçadão, no Centro da cidade, para conversar com as pessoas sobre a previdência social e tirar dúvidas da população.

Nas cidades de Patos e Cajazeiras, no Sertão, e em Esperança, no Agreste, os protestos tiveram início por volta das 9h, com concentração nos campi do IFPB de cada uma das cidades. Estudantes e professores saíram em caminhada na região central das cidades com cartazes contra os cortes na educação, em defesa da educação pública e contra a reforma da previdência.

No IFPB, em João Pessoa, houve paralisação no turno da manhã, a partir das 9h30, para um debate sobre a previdência social, conforme o Sindicato dos Trabalhadores Federais na Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (SINTEFPB). À tarde, tem expediente até 14h40. Também aderem de forma total ou parcial à paralisação os campis de Itabaiana, Cabedelo, Campina Grande, Patos, Sousa e Guarabira.

Na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), não houve aula porque os professores aderiram à mobilização contra o corte de verbas anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). No entanto, oficialmente, a universidade não suspendeu as atividades e alguns setores administrativos estão funcionando parcialmente, com atividades laboratoriais e de projetos.

Segundo a assessoria do Sindicato de Professores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), poucas professores estão ministrando aula nos campi nesta quinta-feira. A maioria dos professores e estudantes aderiu à paralisação após uma assembleia realizada na manhã da quarta-feira (29).

G1 PB
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Uma operação da Polícia Nacional do Paraguai prendeu na manhã desta quinta-feira (30), 13 pessoas, sendo 11 brasileiros e 2 paraguaios em Capitán Bado, cidade paraguaia que faz fronteira com Coronel Sapucaia (MS). Eles são suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas e na execução de pessoas na região.

De acordo com a polícia paraguaia, também há suspeita de que o grupo estaria envolvido na chacina do último dia 22, em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com Ponta Porã, a 326 quilômetros de Campo Grande. Seis adultos, entre eles um brasileiro, foram mortos e um bebê ficou ferido.

De acordo com o comissário Rafael González, chefe de investigações no distrito de Amambay, na casa em que os homens foram presos os policiais encontraram duas espingardas calibre 12, uma granada de mão, 5 rádios para comunicação, vários cartuchos de diferentes calibres e 3 carros.

"A suspeita é que eles estariam envolvidos na morte das seis pessoas do último dia 19 e também na disputa pelo controle do tráfico de drogas na região", explica o comissário ao G1.

Segundo o comissário, a operação da polícia nacional do Paraguai começou após colher informações sobre a chacina que aconteceu em Pedro Juan Caballero.

"Esse grupo preso é de pistoleiros e eles eram contratados por grupos que queriam matar outras pessoas na região", explica.

De acordo com a polícia paraguaia, os presos então e Capitán Bado, mas serão transferidos ainda esta semana para um presídio de Pedro Juan Caballero.

Relembre o caso
Seis adultos foram mortos e um bebê ficou ferido na madrugada do último dia 22 de abril, em Pedro Juan Caballero. A suspeita é de que o caso tenha relação com o tráfico de drogas.

Segundo a polícia paraguaia, a chacina aconteceu por volta da 1h (de MS). Pistoleiros com fuzis chegaram atirando nas vítimas, que estavam na frente de uma casa.

No dia 28, a Polícia Nacional do Paraguai encontrou um veículo queimado e este teria sido usado pelos pistoleiros na execução das seis pessoas.

De acordo com investigadores da Direção de Investigações Criminais de Casos Puníveis, coordenado pelo Comissário Rafael Gonzalez, o veículo, modelo Jeep Compass, usado na chacina na última quarta-feira (22), estava abandonado em em um pátio, na rua Juan Pablo II do bairro San Juan.

G1
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou duramente nesta quinta-feira (30) o procurador especial Robert Mueller, que encerrou a investigação de dois anos sobre a suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

Trump, que falou com jornalistas nos jardins da Casa Branca antes de embarcar em um helicóptero para uma visita ao estado do Colorado, classificou Mueller de "verdadeiro anti-Trump".

Segundo o presidente, o procurador especial "nunca deveria ter sido designado" para realizar as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016 e o suposto conluio de Moscou com a campanha de Trump para favorecê-lo na disputa com a rival democrata Hillary Clinton.

Em suas conclusões, Mueller determinou no relatório que não há provas de vínculos entre o entorno da equipe eleitoral de Trump e o Kremlin, mas não chegou a uma conclusão sobre um possível crime de obstrução de Justiça por parte do presidente. Ele deixou nas mãos do Congresso a possibilidade de iniciar um processo de impeachment contra Trump.

'Não houve crime', disse Trump
Na conversa desta quinta (30), o presidente americano também descartou a possibilidade de impeachment, que vem sendo discutida entre os democratas.

"Não vejo como... É uma palavra suja, nojenta, repugnante... é um assédio gigante ao presidente. Não houve crime. Não houve contravenção", afirmou.
Os democratas, que têm maioria na Câmara dos Representantes, estão divididos sobre as possíveis implicações políticas da abertura de um processo de impeachment em relação às eleições do ano que vem.

Trump também criticou Robert Mueller e a investigação sobre a Rússia no Twitter.

"O maior assédio presidencial na história. Depois de gastar US$ 40 milhões ao longo de dois anos sombrios, com acesso ilimitado, pessoas, recursos e cooperação, Robert Mueller, altamente conflituoso, teria feito as acusações, se tivesse QUALQUER COISA, mas não havia nenhuma acusação a ser feita!" escreveu o presidente.

"Rússia, Rússia, Rússia! Isso é tudo que se ouvia no começo desta caça às bruxas... E agora a Rússia desapareceu porque eu não tive nada a ver com a Rússia me ajudar a ser eleito. Foi um crime que não existia", disse.

G1
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O suspeito do atentado com pacote-bomba que feriu 13 pessoas na cidade de Lyon reconheceu que jurou lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), segundo fontes judiciais, que confirmaram informações da imprensa.

Mohamed Hichem M., um argelino de 24 anos, já havia admitido que foi ele quem preparou o pacote com explosivo que explodiu no dia 24 de maio.

O suspeito e seu irmão continuam sendo interrogados pelos serviços antiterroristas franceses.

A explosão aconteceu no dia 24 de maio, uma sexta-feira, durante a tarde. O atentado foi na frente de uma padaria da Rua Victor-Hugo, uma região movimentada do centro histórico da cidade.

Oito mulheres, uma menina de 10 anos e quatro homens ficaram feridos. Onze pessoas precisaram ser internadas.

O artefato utilizado era feito com um composto químico explosivo, bolinhas de gude e peças de metal. Os elementos indicam que se tratava de uma bomba feita de maneira artesanal.

France Presse
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A polícia Metropolitana de Londres deteve um segundo suspeito de assassinar o brasileiro Iderval Silva, de 46 anos, na capital britânica.

Um rapaz de 16 anos foi detido nesta quarta (29) sob suspeita de assassinar o capoeirista. Ele foi levado para uma delegacia na região oeste de Londres, onde está sob custódia da polícia.

Outro rapaz de 16 anos havia sido apreendido próximo ao local do crime, sob suspeita de causar dano corporal grave ao brasileiro. Ele também foi levado para a delegacia, mas liberado com a obrigação de voltar para responder às investigações no começo de junho.

Iderval era um instrutor de capoeira que, para complementar a renda, trabalhava como entregador de um aplicativo de entrega de comida. Ele foi atacado na tarde de sábado (25) ao se aproximar de um grupo de homens que aparentemente tentava furtar sua moto em um estacionamento próximo a estabelecimentos comerciais. O ataque aconteceu em um bairro no sul de Londres.

Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu à agressão e morreu nesta terça (28). Deixou um filho de 24 anos. O Consulado-Geral do Brasil em Londres diz estar acompanhando o caso. A família ainda está decidindo sobre o traslado do corpo.

Em nota, a polícia Metropolitana de Londres afirmou que o grupo fugiu do local antes de a polícia chegar, às 16h32 daquele sábado. A moto não foi roubada.

"Era um grupo de rapazes jovens, alguns em bicicletas, que estavam circulando na área antes do ocorrido", disse em nota o investigador Mark Cranwell. "Há uma investigação urgente em andamento e estamos determinados a encontrar os responsáveis." Ele pediu colaboração nas investigações de quem tenha visto o grupo antes, durante ou depois do ataque na região.

O capoeirista, natural de Presidente Prudente, interior de São Paulo, deixou o Brasil em 2000. Foi viver com a mulher e o filho em Portugal. Há dois anos, se mudou para o Reino Unido com o objetivo de expandir a associação de capoeira que mantinha em Portugal. Morou no interior da Inglaterra e, em março, se mudou para Londres, a capital.

'Bugrão' era tranquilo e querido pelos alunos
Conhecido como contramestre Bugrão, Iderval é descrito por amigos como uma pessoa pacífica e tranquila, que gostava de ensinar capoeira e era querido pelos alunos.

Em Portugal, trabalhou como segurança e deu aulas de capoeira e forró. Viajava frequentemente pela Europa, convidado para dar aulas de capoeira em países como Espanha, Alemanha e Finlândia.

"Ele era uma pessoa muito calma, pacífica, muito responsável com horários, superatencioso com os alunos de capoeira e ajudava em projetos sociais", diz sua ex-mulher, a esteticista Luciana Pereira Vicente, de 44 anos, que mora em Portugal.

Há cerca de dois anos, Iderval se mudou para o Reino Unido com a intenção de ampliar seu projeto de capoeira. Morou durante um período na cidade King's Lynn, a 170 km de Londres e em março se mudou para a capital. Vivia em Croydon, subúrbio no sul de Londres.

Iderval e o amigo André Luiz Maciel, também capoeirista, pretendiam montar no Reino Unido uma associação de capoeira que os dois tinham em Portugal. "Tivemos bastante dificuldades em ter espaço. Viemos com essa intenção. Pensamos: não tem programas para adolescentes na rua, não tem basquete, vôlei, judô. A ideia era oferecer a capoeira."

Ele diz que os dois, por não terem "sucesso financeiro ainda" e para "pagar as contas", começaram a entregar comida via Uber. Um grupo de brasileiros, muitos deles entregadores de Uber e outros aplicativos em Londres, fez um protesto com buzinaços após o ataque.

Amigo demorou para perceber a natureza do ataque
Maciel afirma que testemunhou o momento do ataque. "Alguém subiu na moto dele e eu pensei que fosse algum amigo nosso. Em questão de segundos, teve uma luta. No meio da luta estavam os meninos do bairro", afirma. Ele diz que eles estavam em frente a um café em Battersea, bairro no sul de Londres, e que "congelou". "Não consegui reagir." Ele não sabe dizer quantas pessoas atacaram seu amigo.

O cineasta brasileiro Fred Alves, de 41 anos, que mora na Holanda e viaja registrando grupos que divulgam a cultura brasileira na Europa, conta uma história que diz ilustrar como Iderval era pacífico. "Em julho do ano passado, estávamos em Frankfurt, quando um rapaz bateu na minha câmera no metrô. Ele me disse: 'Acalme-se, não vale brigar, isso não vale de nada'".

Para o assistente operacional e instrutor de capoeira português André Dias, de 31 anos, que o conheceu em um grupo de capoeira em Portugal, ele foi uma pessoa "que deu muito apoio psicológico e incentivo" aos alunos de capoeira, "ensinou muito do sentido da arte e da cultura" e "era uma pessoa muito positiva e serena". "Temos muito o que agradecer a ele."

"Ele era um educador, um amigo, um cara que não gostava de nada negativo, super da paz, um pai para os alunos", afirma Maciel. "Estou super chocado, já não tenho mais o que chorar."

BBC
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (30) que, para estimular o reaquecimento da economia, o governo estuda a liberação de recursos dos trabalhadores depositados em contas inativas e ativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) "assim que forem aprovadas as reformas", entre as quais a da Previdência.

Ele também disse que a área econômica avalia liberar dinheiro do abono salarial PIS-Pasep para jogar dinheiro no mercado e movimentar a economia. O PIS é um abono pago aos trabalhadores da iniciativa privada administrado pela Caixa Econômica Federal. O Pasep é pago a servidores públicos por meio do Banco do Brasil.

Paulo Guedes falou sobre essas intenções no dia em que foi anunciada uma retração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano. Em uma entrevista concedida na portaria do ministério, ele comentou o resultado divulgado nesta quinta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Vamos liberar PIS-Pasep, FGTS, mas assim que saírem as reformas. Se abre essas torneiras sem as mudanças fundamentais, é o voo da galinha. Você voa três, quatro meses porque liberou e depois afunda tudo outra vez. Na hora em que fizer as reformas fundamentais, aí, sim, libera isso. É como se fosse a chupeta de bateria. Senão, anda três metros e para tudo outra vez", declarou o ministro a jornalistas.

Responsável pela política econômica do governo Jair Bolsonaro, Guedes ressaltou, entretanto, que não vai buscar implementar "truques, nem mágicas" para estimular a economia, mas que vai buscar fazer "reformas sérias".

Segundo ele, medidas artificiais de estímulo à economia, como uma "liberaçãozinha" de recursos, ou corte artificial dos juros, já foram implementadas no passado sem sucesso, gerando o que ele classificou como um padrão de "voo de galinha" na economia (crescimento baixo e inconsistente).

"O sonho do crescimento está ao alcance de nossas mãos. Basta implementar as reformas. Como está demorando a implementação das reformas, revisões [de alta do PIB] foram acontecendo para baixo. Me perguntaram isso: 'a economia não está respondendo?'. Eu disse, 'respondendo a quê?' Não fizemos nada ainda", declarou o ministro da Economia.

"O voo da galinha, já fizemos várias vezes. Faz uma liberaçaozinha aqui, baixa artificialmente os juros para reativar a economia. Aliás, foi assim que o último governo caiu. Caiu por irresponsabilidade fiscal, juros baixos, tentando estimular a economia. Nós não vamos fazer truques, nem mágicas, vamos fazer as reformas sérias", complementou.

Taxa de juros
Questionado sobre se o Banco Central poderia baixar a taxa Selic para encorajar o crescimento da economia, Paulo Guedes afirmou que "voluntarismo" com a política de juros pode resultar no aumento da inflação, como aconteceu, em sua visão, no governo Dilma Rousseff.

"Você só pode baixar os juros se tiver o regime fiscal em pé. Então, na hora que você fizer a reforma da Previdência, as expectativas vão ser de equilíbrio fiscal e, na mesma hora, os juros vão começar a descer no mercado. E o Banco Central deve sancionar [essa queda de juros do mercado reduzindo também a Selic]. Mas tudo isso exige as reformas antes", afirmou o ministro da Economia.

Reformas
Embora tenha admitido que a equipe econômica está estudando medidas de estímulo à economia, Paulo Guedes enfatizou que, a princípio, as ações seriam adotadas depois da aprovação de reforma estruturais, como a da Previdência Social.

A expectativa do governo é de que a proposta de emenda à Constituição que altera as regras de aposentadoria na Câmara dos Deputados ocorra nas próximas semanas. Atualmente, a PEC da Previdência está sob análise de uma comissão especial na Casa.

Paulo Guedes destacou aos repórteres que as medidas anticíclicas gestadas pela equipe econômica, como a liberação do abono PIS-Pasep, já estão prontas e podem ser anunciadas nas próximas semanas, antes mesmo da aprovação da reforma da Previdência.

Conforme o ministro, a liberação de recursos das contas do PIS-Pasep seria anunciada nesta quinta-feira, mas o governo preferiu aguardar para examinar também a possibilidade de autorizar desembolsos de recursos dos trabalhadores no FGTS.

"O PIS-Pasep já estamos prontos para disparar. Íamos disparar hoje [quinta], e aí fomos examinar também o FGTS. Atrasou um pouquinho o PIS-Pasep. Liberação de contas inativas [do FGTS] lá atrás. As pessoas podem até buscar os recursos e podemos fazer um esforço extra para localizar. Tudo isso está sendo cuidado. [Contas] inativas e ativas também [seriam liberadas]. Cada equipe está examinando isso. Nós não batemos o martelo ainda, mas todas equipes estão examinando isso."

Retomada da economia
Ao falar do resultado do PIB, o ministro da Economia declarou que o governo já estava "contando" com a economia "bastante estagnada" no primeiro trimestre deste ano, mas disse que também está "confiante" de que a retomada virá nos próximos meses, com a aprovação das reformas.

"As pessoas têm de entender que precisamos das reformas justamente para retomar o crescimento. A da Previdência é apenas a primeira delas, que garante as aposentadorias, vai criar um estimulo a formação de poupança no Brasil, e vai dar um horizonte fiscal de 15, 20 anos na parte fiscal. Então, os investimentos privados serão retomados", argumentou.

Paulo Guedes disse ainda que o governo buscará aprovar a reforma tributária, baratear o custo de energia e implementar o pacto federativo para descentralizar os recursos para estados e municípios.

"Os investimentos de fora vão começar a entrar também à medida que o Brasil implemente as reformas. Estamos absolutamente seguros que, fazendo essas reformas estruturais, o Brasil vai retomar o crescimento sustentado", opinou o ministro.

Decisões judiciais
Após se reunir nesta quarta-feira (29) com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Economia afirmou que os investidores precisam de segurança jurídica para aportar recursos na economia brasileira.

"Então, eu tento dar esse ângulo econômico para que os legisladores entendam os efeitos sobre a economia, que podem ser devastadores, caso haja uma interferência jurídica em um procedimento normal de uma companhia de petróleo."

Paulo Guedes disse que os magistrados é quem decidem do ponto de vista jurídico, mas acrescentou que sua obrigação é conversar sobre economia.

"Se o Brasil for juridicamente um país hostil aos investimentos, vai continuar país rico em recursos e pobre, miserável, porque não consegue explorar seus recursos adequadamente", ponderou.

G1
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O desempenho da economia no primeiro trimestre deve fazer com que as expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 piorem ainda mais. Com o fraco resultado da atividade econômica observado entre janeiro e março, passou a ganhar força entre os analistas um cenário de que o crescimento do Brasil neste ano possa ser inferior a 1%.

Antes da divulgação dos dados deste início ano, bancos e consultorias estimavam que o avanço do PIB ficaria entre 1% e 1,5%. Se esse cenário mais pessimista se confirmar, a economia brasileira vai colher um resultado mais fraco do que o observado em 2017 e 2018, quando o PIB cresceu apenas 1,1%.

"Os números do primeiro trimestre reforçaram o quadro de uma economia fraca", diz a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro. A Tendências projetava crescimento de 1,6% para 2019, mas agora deve revisar esta projeção para abaixo de 1%.

A fraqueza atual da economia brasileira também tem sido reforçada pelos indicadores antecedentes do segundo trimestre já disponíveis – aqueles que são utilizados para medir a 'temperatura' da atividade. Os economistas monitoram, por exemplo, o nível de confiança de empresários e consumidores. As últimas leituras mostram uma queda, o que indica um quadro econômico com menos investimento e consumo.

"O investimento está tendo um desempenho péssimo e não vejo como esse quadro possa ser revertido neste ano e no ano que vem", afirma o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Ele projeta um crescimento econômico de 0,7% para este ano, "na melhor das hipóteses".

O Brasil tem sofrido com um alto grau de incerteza. A principal dúvida é se o país vai conseguir resolver o problema fiscal e aprovar a reforma da Previdência, considerada fundamental para o acerto das contas públicas. Diante desse quadro, as previsões para o Brasil estão passando por sucessivas revisões negativas ao longo deste ano. Num período de maior otimismo, os analistas chegaram a projetar um crescimento de próximo de 3% para 2019.

"Está faltando confiança. Isso tem muito a ver com a crise fiscal que o Brasil vive e que só vai começar a ser superada com a reforma da Previdência", diz o economista-chefe do banco Itaú, Mario Mesquita.

A professora do Coppead/UFRJ Margarida Gutierrez compartilha da mesma opinião. “A economia não está respondendo. O problema é a confiança. Tem a incerteza em relação à economia doméstica”, diz.

A professora de macroeconomia diz que a reforma da Previdência é condição necessária para se começar a pensar em recuperação. Para ela, o país não está em recessão, mas em estagnação, e se não for aprovada a reforma da Previdência, a recessão será inevitável.

“Se não fizer uma reforma minimamente consistente vamos chegar na recessão, e os indicadores do próximo trimestre virão bem piores”, avalia.

Na leitura do banco Itaú, se a fraqueza do trimestre se confirmar nos próximos meses, as previsões de crescimento econômico devem migrar para a faixa de 0,5% a 1%.

O cenário é ainda mais complicado porque a piora de expectativas não está apenas concentrada apenas em 2019. Com o cenário de maior fraqueza, os economistas já começam a reduzir as previsões para o ano que vem. Por ora, os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, estimam que o PIB deve crescer 2,5% no ano que vem.

"Para 2020, está todo mundo caminhando para (uma previsão de) 2%. Não é só 2019 que vai ter um resultado pior, 2020 também vai sofrer os efeitos. Se o país não fizer reforma da (Previdência), vai para o buraco com certeza", disse o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, em entrevista concedida para a GloboNews.

José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), aponta que a perspectiva de que a retomada do PIB depende em grande parte do ambiente político.

“A gente está com uma economia num ritmo muito baixo, próximo de uma estagnação. A ideia é que a recuperação maior aconteça a partir de aprovações mesmo pelo Congresso de medidas importantes. Então, na verdade, vai depender um pouco desse calendário político uma recuperação mais clara, disse o economista.

O IPEA considera que o Brasil não entrará em recessão econômica este ano. “É difícil descartar totalmente [que o país entre em recessão]. A possibilidade existe, mas não achamos o mais provável não é o nosso cenário mais provável. A previsão com a qual a gente está trabalhando não é a de ter recessão técnica”, destacou.

G1
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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,45% em maio, percentual inferior ao apurado em abril, quando foi de 0,92%, segundo divulgou nesta quinta-feira (30) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com este resultado, o IGP-M acumula alta de 3,56% no ano e de 7,64% nos últimos 12 meses.

Em maio do ano passado, o índice havia subido 1,38% no mês e acumulava alta de 4,26% em 12 meses.

O IGP-M é usado como referência para a correção de contratos, como os de aluguel de imóveis. Ele sofre uma influência considerável das oscilações do dólar, além das cotações internacionais de produtos primários, como as commodities e metais.

Em 2019, o IGP-M registra alta acima de outros índices de inflação. No acumulado no ano até maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acumula alta de 2,27%.

Componentes do IGP-M
Com peso de 60% no IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) aumentou 0,54% em maio, após alta de 1,07% em abril. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,01% em maio, contra 1,25% no mês anterior.

A taxa de variação do grupo Bens Intermediários passou de 0,47% em abril para 0,95% em maio.

Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,35% em maio, após aumento de 0,69% um mês antes. Das oito classes de despesa componentes do índice, 6 registraram recuo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Alimentação (0,88% para -0,12%).

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,09% em maio, ante 0,49% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de abril para maio: Materiais e Equipamentos (0,71% para 0,20%), Serviços (0,53% para 0,09%) e Mão de Obra (0,33% para 0,01%).

Variação em 2018
O IGP-M encerrou o ano de 2018 com uma alta acumulada de 7,54%, acima da inflação oficial do país, medida pelo IPCA, de 3,75%. Em 2017, o índice teve deflação de 0,52%.

G1
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O dólar volta a operar em queda nesta quinta-feira (30), depois de um início de negócios instável, e se mantém abaixo dos R$ 4. Os investidores digerem a contração da economia brasileira no 1º trimestre do ano, trazendo no radar também o PIB dos Estados Unidos e desdobramentos da disputa comercial entre EUA e China.

Às 15h42, a moeda norte-americana caía 0,1%, vendida a R$ 3,9713.

Na sessão anterior, o dólar fechou queda de 1,21%, a R$ 3,9754. Foi a menor cotação de fechamento desde 10 de maio, quando o dólar encerrou o dia a R$ 3,9452. Na parcial da semana, a moeda acumula queda de 0,99% ante o real. No mês, porém, tem alta de 1,38%. No acumulado no ano, o avanço é de 2,61%.

"O destaque do PIB desse 1º trimestre foi os investimentos, que caíram quase 2% no 1º trimestre ante o trimestre anterior. Isso, na minha opinião, está muito em linha com a confiança dos empresários", disse à Reuters a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

No exterior, o dólar era fortalecido pela divulgação do PIB norte-americano, que mostrou crescimento de 3,1% da economia no 1º trimestre, em linha com a expectativa.

Embora tenha sido ligeiramente revisado para baixo em relação ao informado antes, o resultado do PIB dos EUA reforça o diagnóstico de que a economia norte-americana segue punjante, avaliou Fernanda, acrescentando que, em sua opinião, isso inclusive eleva o poder de barganha do presidente norte-americano, Donald Trump, no âmbito da disputa comercial com a China.

Nesta quinta-feira, Trump voltou a dizer que os EUA estão indo bem com a China e que os chineses gostariam de fazer um acordo comercial.

A prolongada disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, no entanto, ainda permanece nas preocupações de agentes financeiros e limitava ganhos de ativos emergentes.

O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.

G1
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