Setembro 30, 2024

Pesquisadores da UFPB criam jogo de tabuleiro para alfabetização de crianças em braille

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um dispositivo para auxiliar no aprendizado de crianças cegas ou com baixa visão. Por meio da ferramenta lúdica, é possível que elas sejam alfabetizadas em braille por meio da exploração de habilidades táteis e do reconhecimento de formas em duas dimensões.

O dispositivo foi criado em parceria com o Instituto de Cegos da Paraíba, em João Pessoa, e patenteado pela Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova). Ele é formado por um tabuleiro com espaços quadriculares para o encaixe de peças que representam objetos do cotidiano.

Cada peça contém o nome da respectiva forma, tanto em Braille, para crianças cegas, quanto em caixa alta e em alto contraste, para crianças com baixa visão.

O produto é feito de madeira, plástico e material emborrachado e flexível. Por ser antiderrapante, oferece mais aderência no manuseio, impossibilitando a projeção do dispositivo para frente ou para as laterais.

Para desenvolver o tabuleiro, as pesquisadoras Joele Marques, Catharine Sanches e Maryana Tavares, sob orientação do professor do Departamento de Engenharia de Produção Fábio Borges, buscaram entender quais as necessidades e barreiras encontradas durante o processo de ensino de pessoas com deficiência visual.

O levantamento apontou dificuldade de encontrar brinquedos inclusivos. Até mesmo os educativos não eram completos. Quando identificados, os brinquedos inclusivos apresentaram elevado custo em comparação a produtos similares e direcionados para pessoas que enxergam normalmente.

O professor Fábio Borges destaca que o dispositivo é ao mesmo tempo um brinquedo e uma ferramenta, unindo diversão e aprendizagem, o que potencializa o desenvolvimento das crianças.

“Para as crianças com deficiência visual, isso é muito mais gritante, porque elas não têm a interação que nós temos com o mundo. Então, a parte lúdica de perceber que eu estou aprendendo o Braille por meio de uma brincadeira, de um jogo, facilita não só a aprendizagem em si, mas o apego, o querer brincar para aprender”, conta o professor.

De acordo com os pesquisadores, o uso da tecnologia assistiva é importante para promover a integração e a independência das pessoas com deficiências visuais.

“A ferramenta proposta traz o aspecto lúdico à aprendizagem do Braille, com o objetivo de torná-la simples, divertida e possível de ser compartilhada com outras crianças”, concluiu Maryana Tavares, uma das pesquisadoras que criou o jogo.

G1 PB
Portal Santo André em Foco

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