São Segundo de Asti
Mártir (+119)
Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século I. Profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo, chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, tantos quanto pudesse. Consta em registros da Igreja que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes.
Além disso, Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem que seu amigo político soubesse, Segundo teria se encontrado com o mártir, e esse encontro foi decisivo para a sua conversão.
Entretanto, sua conversão só se concretizou realmente durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita. Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo por meio das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.
Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante da vida deste santo, narrado através dos séculos: conta-se que ele conseguiu atravessar a cavalo o Rio Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia que lhe fora entregue por Faustino e Jovita ao bispo Marciano, antes do martírio. O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias quanto nas baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras. Possui 1.500 metros cúbicos de volume d’água por segundo, em seus 652 quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália.
Passado esse episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas não conseguiu, então mandou que o prendessem, o julgassem e, depois de torturá-lo, deixou que o decapitassem. Era o dia 30 de março do ano 119.
No local do seu martírio, foi erguida uma igreja onde, em um relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha. Seu culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico, que o celebra no dia 29 de março.
COMECE O DIA FELIZ
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