O próximo Papa, que será escolhido no Conclave, deverá ser mais "de centro" para assegurar as conquistas de Francisco durante seus 12 anos de papado e evitar um retorno ao passado mais conservador da Igreja Católica. Segundo o professor de ciência da religião de PUC-SP, Jorge Cláudio Ribeiro, as ações que Francisco deixou "não são irreversíveis" e é preciso alguém que as institucionalize para serem consolidadas.
"Entendo que haverá necessidade de um Papa mais ao centro. No sentido de que ele deverá segurar as conquistas de Francisco, que foram um pouco na base do voluntarismo e da virtude dele inegável do carisma, mas é preciso institucionalizar, consolidar", explica o professor.
"É preciso alguém que, para dar garantias ao legado de Francisco, que consolide, que transforme essas ações em procedimentos institucionais."
Francisco morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos. O Conclave para a escolha do próximo Papa deve começar entre 5 e 10 de maio, alguns dias após o sepultamento de Francisco na Basílica Papal de Santa Maria Maior, previsto para este sábado (26).
O professor afirma que Francisco foi "sabiamente preparando o Conclave após ele", "evitando quem se identificasse com o conservadorismo e com o retorno de uma Igreja Católica mais ao estilo conservador, identificada ao rigor doutrinário e ritual" estivessem cotados.
"Algumas coisas a gente pensa que são irreversíveis, mas não são", afirma Ribeiro sobre ao dizer que as mudanças feitas por Francisco podem não seguir em frente. "É preciso se engajar para evitar que a Igreja volte para trás".
O Conclave, de acordo com o professor, "já começou". "As cartas já começaram a ser jogadas e os bispos já começaram a fazer suas campanhas. Isso não é de hoje, e a briga vai ser forte."
g1
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