A arte de saber festejar
Festejar faz parte da natureza! Já ouvi tanta gente dizendo: “Meu cachorro de estimação faz festa quando chego em casa; o papagaio canta e chama meu nome, quando me aproximo; a natureza festeja a chegada da chuva e o sertão começa florir; a primavera é a maior festa da natureza!” etc. Realmente a dimensão festiva é inerente a este universo criado por Deus. O Deus da festa fecunda a vida e a vida se expressa real, ou simbolicamente festejando e acolhendo o Criador.
Se todos os seres criados festejam, a pessoa, carregada de dinamismos, criatividade e consciência, mais do que todos, necessita fazer festa. Temos necessidade de fazer, agir, trabalhar e construir. Temos um potencial de saber que nos move ao conhecimento mais diverso e surpreendente. Compreendemos que nosso viver implica em aprender adorar, a aperfeiçoar o senso estético e cultivar o riso e o lazer. Porém, não podemos deixar de dar a devida importância ao direito de festejar.
Não somos só razão, só trabalho, ou só adoração. Não somos só palavra, sentimento ou um corpo mecânico. Somos também festa, fantasia e criatividade. A dimensão festiva é um direito da vida e um dever de fazê-lo acontecer com toda a elegância possível, para que a festa nos torne mais integrados com a nossa identidade e a nossa convivialidade.
Tanta gente entende o direito da festa e o jeito certo de fazê-la acontecer. Criam-se rituais; enfeitam-se espaços; apela-se para a música como linguagem de animação; promovem-se banquetes requintados ou simples; organizam-se eventos de todos os tamanhos para que o direito à festa esteja ao alcance de todos. Afirma-se também que a festa dos pobres, mesmo com o mínimo, proporciona o máximo de alegria.
Há festas espontâneas, onde ninguém é o dono da festa. Acontecem como expressão de uma alegria partilhada, onde todos vão se tornando os donos da festa. Há vitórias desejadas, mas incertas. Quando estas acontecem o contágio dos vitoriosos se encarrega de fazer acontecer a festa. Um exemplo típico acontece quando se entra na torcida do próprio time e, no final do jogo, é garantida a vitória. O mesmo acontece quando se investe por um candidato de confiança e este chegando ao final da contagem das urnas, garante a eleição. Ali vão se criando os jeitos de festejar.
Quando alguém promove uma festa e pensa nos convidados, além de garantir um momento aprazível em todos os sentidos, pensa no melhor, prevenindo-se para não passar qualquer vergonha no final da festa. Dentro deste clima de festa, lembramos de Maria e Jesus nas Bodas de Caná. Ali acontece o primeiro milagre de Jesus, provocado pela sensibilidade de sua Mãe, ao perceber a vergonha da falta de vinho. “Eles não têm mais vinho!” Jesus realiza seu primeiro sinal messiânico em ambiente de festa, porque ele veio para impregnar a vida da nova festa do Reino. Na festa do Reino, ninguém mais vai passar vergonha, nem chorar, nem revestir-se de luto e derrota.
Frei Luiz Turra
Pesquisa: Arimatéa Porto
COMECE O DIA FELIZ
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