Setembro 30, 2024

Tema de redação do Enem 2019 pode ser evasão escolar, segundo especialista na PB

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, que terá a primeira prova aplicada no dia 3 de novembro, pode trazer como proposta de redação a evasão escolar no Brasil. O tema pode ser abordado com base nos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O G1 conversou com a professora de pedagogia, Samara Barbosa, que é especialista no assunto.

Segundo o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgado em junho, em 2018, 11,8% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos, estavam fora da escola, o equivalente a 1,1 milhão de pessoas. De acordo com a especialista, “a decisão de parar de estudar tem uma relação direta com a formação da sociedade brasileira e as questões econômicas”.

Samara explicou que os jovens costumam abandonar os estudos porque precisam colaborar com as despesas da casa. Ela ressalta, ainda, que a maioria entre o grupo que evade, são negros, confirmando que a evasão também está relacionada ao racismo, que “afeta sobretudo a juventude negra da periferia, pois os alunos negros não se reconhecem nas escolas, nos livros didáticos, nas falas dos professores”, explicou.

"Mesmo com a promulgação da Lei que determina o estudo da questão étnico-racial na escola, essa ainda não é uma prática consolidada nas escolas brasileiras”, acrescentou a professora.

Ainda de acordo com a pedagoga, um outro motivo que leva ao abandono escolar, é o desinteresse pelos estudos, principalmente por uma camada da população que não precisa colaborar com a renda familiar.

“A preocupação é como manter esses dois grupos na escola, os que abandonam por condições financeiras e os que estão perdendo o interesse pelos estudos”, ressaltou.

Para a professora, o investimento na educação, através das políticas curriculares para o ensino integral, e em propostas curriculares que dialogue e desperte o interesse dos jovens contemporâneos, é a solução para a que o número dos jovens afastados da escola, caia.

Ela ainda propõe que essas propostas “faça uso das tecnologia, e perceba o estudante sujeito no processo de construção do conhecimento, além de tornar a escola ativa, com o professor mediador, não o detentor do conhecimento”, acrescentou.

Dica para os estudantes
Samara Barbosa orienta aos estudantes que vão fazer o Enem, que leiam artigos e reportagens sobre a temática, publicados após o resultados do IBGE. Também indica a leitura da lei que trata do ensino das questões étnico raciais, "uma vez que essa é uma camada da população que evade em maiores proporções".

"Partindo dessas informações eles irão perceber que ainda necessitamos de políticas educacionais voltadas para permanência dos alunos nas escolas. Uma delas é a escola integral e a educação de jovens e adultos atrelada ao desenvolvimento de carreira", finalizou a especialista.

G1 PB
Portal Santo André em Foco

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