O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, disse nesta quinta-feira (19) que o Paraguai busca aumentar a tarifa de serviços da usina hidrelétrica para US$ 20,75 por quilowatt (kW) por mês em 2024. Hoje, o valor é de US$ 16,71, ou seja, a proposta representaria um aumento de 24%.
"Começamos em agosto a negociar a tarifa para o ano que vem, para 2024. Qual a posição do Paraguai? Paraguai quer voltar a tarifa a US$ 20,75. Esse é a posição e a nossa briga que estamos tendo com eles", declarou Verri em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado.
A tarifa de US$ 20,75 foi cobrada durante o ano de 2022. Segundo Verri, os dois países têm até dezembro deste ano para fechar o valor da tarifa de serviços sem "ocasionar nenhum dano à empresa".
A tarifa de serviços de Itaipu é chamada de Custo Unitário de Serviços de Eletricidade (Cuse), um encargo pago por brasileiros e paraguaios para cobrir os custos de Itaipu com:
Esses custos são uma parcela da tarifa de repasse paga pelas distribuidoras que compram a energia produzida na usina. O valor é considerado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao permitir reajustes aplicados pelas empresas aos consumidores na conta de energia.
Em dezembro de 2022, o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) havia fixado a tarifa de 2023 de forma unilateral em US$ 12,67, sem acordo com os paraguaios. No início deste ano, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) renegociou a tarifa de Itaipu para US$ 16,71 por kWh.
"Os interesses são opostos. Segundo o tratado, aquela energia que o Paraguai tem direito e não consome, ele tem que vender para o Brasil. Então, na hora de negociar a tarifa, a margem esquerda [Brasil] quer a tarifa mais baixa possível. Nós queremos tarifa baixíssima, porque tarifa baixa é inclusão social. O Paraguai quer a tarifa mais alta possível, porque o excedente é que faz com que o Paraguai faça seus investimentos em seu país", declarou.
De acordo com Verri, a tarifa mínima para manter os investimentos de Itaipu seria de US$ 12,47 por kW por mês, o que representaria uma redução média ao consumidor de 0,9% na conta de luz.
"Se hoje, conseguíssemos negociar com nosso sócio, a quem respeitamos muito porque tem 50% da empresa, conseguíssemos chegar ao Cuse [tarifa de serviços] de US$ 12,47, a tarifa [ao consumidor] hoje sofreria uma redução de 0,9%", afirmou.
g1
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